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CUT vê boa hora para aumento real
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da CUT (Central
Única dos Trabalhadores), Luiz
Marinho, afirma que essa é a hora
de buscar aumento real de salários, seja de forma "negociada" ou
de forma "arrancada".
(CR)
Folha - Neste ano, a pressão por
aumento salarial está maior nas
campanhas salariais?
Luiz Marinho - Nos já havíamos
falado que, neste ano, na comparação com os anteriores, a tendência seria a de as reivindicações
aumentarem por causa do crescimento da economia. Quando a
economia se recupera, é natural
que as campanhas salariais busquem recuperar as perdas.
Folha - Há espaço para o trabalhador conseguir ganhar mais?
Marinho - Tanto existe que as categorias têm conseguido isso.
Montadoras e autopeças concederam aumento real nas negociações com os metalúrgicos. Mesmo a proposta rejeitada pelos
bancários tem um componente
de aumento real. Existe espaço e
essa é sim a hora do trabalhador
buscar isso. Isso acontecerá de
forma negociada ou de forma "arrancada" (risos).
Folha - Pode haver uma onda de
greves, apesar de o desemprego
ainda ser elevado no país?
Marinho - Isso vai depender das
empresas. As categorias vão em
busca de aumento real quando
sentem que as empresas tiveram
bons resultados e podem conceder esse aumento. Agora, a greve
vai depender de cada empresa. Os
sindicatos têm dimensão dos resultados dos segmentos que representam, se devem ou não fazer
greve. Para fazer uma boa negociação, você não precisa necessariamente recorrer à greve. Mas
você precisa estar preparado para
a negociação, ou seja, conhecer os
resultados, os números do setor e
ter um diagnóstico da categoria.
Folha - Como o sr vê o fato de os
sindicatos partirem para a ofensiva
enquanto governo, Fiesp e CUT
pregam acordo nacional? Há um racha entre os sindicatos e a central?
Marinho - (risos). Uma coisa não
tem nada a ver com a outra. Existe
uma orientação da central para
que os sindicatos se mobilizem
para conseguir, sim, bons resultados em suas negociações. Isso não
impede a realização de entendimento nacional. Se o empresariado brasileiro quiser ter paz e planejar, conjuntamente com os trabalhadores, a recuperação dos salários, o caminho que propomos é
planejar o futuro.
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