São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004

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CUT vê boa hora para aumento real

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, afirma que essa é a hora de buscar aumento real de salários, seja de forma "negociada" ou de forma "arrancada". (CR)
 

Folha - Neste ano, a pressão por aumento salarial está maior nas campanhas salariais?
Luiz Marinho -
Nos já havíamos falado que, neste ano, na comparação com os anteriores, a tendência seria a de as reivindicações aumentarem por causa do crescimento da economia. Quando a economia se recupera, é natural que as campanhas salariais busquem recuperar as perdas.

Folha - Há espaço para o trabalhador conseguir ganhar mais?
Marinho -
Tanto existe que as categorias têm conseguido isso. Montadoras e autopeças concederam aumento real nas negociações com os metalúrgicos. Mesmo a proposta rejeitada pelos bancários tem um componente de aumento real. Existe espaço e essa é sim a hora do trabalhador buscar isso. Isso acontecerá de forma negociada ou de forma "arrancada" (risos).

Folha - Pode haver uma onda de greves, apesar de o desemprego ainda ser elevado no país?
Marinho -
Isso vai depender das empresas. As categorias vão em busca de aumento real quando sentem que as empresas tiveram bons resultados e podem conceder esse aumento. Agora, a greve vai depender de cada empresa. Os sindicatos têm dimensão dos resultados dos segmentos que representam, se devem ou não fazer greve. Para fazer uma boa negociação, você não precisa necessariamente recorrer à greve. Mas você precisa estar preparado para a negociação, ou seja, conhecer os resultados, os números do setor e ter um diagnóstico da categoria.

Folha - Como o sr vê o fato de os sindicatos partirem para a ofensiva enquanto governo, Fiesp e CUT pregam acordo nacional? Há um racha entre os sindicatos e a central?
Marinho -
(risos). Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Existe uma orientação da central para que os sindicatos se mobilizem para conseguir, sim, bons resultados em suas negociações. Isso não impede a realização de entendimento nacional. Se o empresariado brasileiro quiser ter paz e planejar, conjuntamente com os trabalhadores, a recuperação dos salários, o caminho que propomos é planejar o futuro.


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