|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Queixa sobre atendimento por banco sobe 17%
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
No ranking do Banco Central de reclamações procedentes feitas pelos consumidores em setembro, último
mês antes da criação obrigatória de ouvidorias nos bancos, as queixas sobre o atendimento aumentaram 17,1% em relação a agosto.
No confronto com julho,
que inclui as reclamações de
maio e junho por causa da
greve dos funcionários do
Banco Central, a alta foi de
32,3%. O item ocupou a primeira posição no ranking
nos períodos citados e inclui,
por exemplo, a discriminação entre clientes e não-clientes e casos em que o
consumidor tem dificuldade
de entrar em contato com a
instituição financeira, ou, ao
conseguir, tem que fazer isso
diversas vezes para tentar resolver o problema.
Na segunda posição em setembro e na terceira nos dois
meses anteriores, queixas
sobre prazos não estabelecidos/cumpridos cresceram
32% com relação a agosto e
140,8% no confronto com julho. Segundo o artigo 18 da
resolução 2.878, o banco é
obrigado a estabelecer prazos para suas obrigações, como fornecer um extrato, por
exemplo.
Na opinião de Maria Inês
Dolci, coordenadora da Pro
Teste (Associação Brasileira
de Defesa do Consumidor),
para que o número de queixas tenha redução, as ouvidorias têm que ter autonomia para resolver os problemas dos clientes.
Ela ressalta que é preciso
saber, além da quantidade de
queixas procedentes, quais
foram realmente solucionadas pelas instituições financeiras. "Sem isso, vamos continuar sem saber se esses canais estão sendo efetivos",
argumentou.
O gerente jurídico do Idec
(Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Marcos
Diegues, vai além e diz que
não acredita que as ouvidorias terão poder e independência para "colocar o dedo
na ferida". "Mas espero estar
absolutamente errado."
Entre os bancos com mais
de 1 milhão de clientes, a Caixa Econômica Federal repete em setembro a liderança
de agosto. Em julho, nem
aparecia entre as cinco instituições financeiras com o
maior índice de reclamações
com relação ao número de
clientes. O motivo é o mesmo, segundo a assessoria de
imprensa do banco: "o crescimento de demanda de informações e pedidos de extratos de poupança relativos
ao período do Plano Bresser,
para ajuizar processos questionando os índices aplicados". À época (1987), a Caixa
detinha mais de 70% das
poupanças do país.
O Santander Banespa, líder em julho e detentor do
segundo lugar em agosto e
setembro, informou que
"desde o início do ano, a Central de Soluções, criada para
receber, analisar e solucionar as manifestações dos
clientes, está em reformulação, para um atendimento
mais ágil e eficaz".
Na terceira colocação nos
dois últimos meses e segunda em julho, o HSBC afirmou
que "sempre avalia o mérito
das demandas procedentes e
utiliza o levantamento para
aprimorar o atendimento".
Texto Anterior: Entidade "adianta" cadastro de bom pagador Próximo Texto: Investigado em CPI é sócio de empresa citada no caso Cisco Índice
|