DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O fluxo de dólares para o Brasil continuou negativo na semana passada, o que deve fazer com que, em outubro, o país registre uma saída líquida de recursos pela primeira vez em três meses. Até a última sexta-feira, o saldo acumulado no mês estava negativo em US$ 3,751 bilhões, segundo dados do Banco Central.
Isso significa que o volume de remessas ao exterior feitas no período -pagamento de importações, de parcelas da dívida externa, entre outros itens- superou os ingressos -como exportações e investimentos vindos de países estrangeiros.
Os números do Banco Central mostram que, ao contrário do que vem ocorrendo nos últimos anos, neste mês as maiores dificuldades estão sendo encontradas pelo setor exportador. Antes uma fonte segura de dólares para o país, nos últimos dias a falta de financiamento tem trazido problemas ao segmento.
No mês passado, por exemplo, foram fechados, em média, US$ 239 milhões ao dia em contratos de ACC (Adiantamento de Contratos de Câmbio), um dos principais instrumentos de financiamento de exportações. No último dia 13, por sua vez, esse volume foi de apenas US$ 28 milhões.
Para tentar resolver esse problema, o BC fez, na semana passada, um empréstimo de US$ 1,6 bilhão a bancos que financiam o comércio exterior, e só tiveram acesso aos recursos as instituições que se comprometeram a repassar os dólares para empresas exportadoras.
Apesar do resultado negativo deste mês, o fluxo total de capital externo para o país ainda está positivo no acumulado do ano. Desde janeiro, o saldo apurado pelo Banco Central está em US$ 13,437 bilhões.


Texto Anterior: Dólar sobe 6,7% e acumula alta de 52% desde agosto
Próximo Texto: Sem acordo sobre dívida, bancos e empresas "correm" por dólares
Índice