São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2008

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Festa do Réveillon do Rio perde patrocínio

Empresa do mercado financeiro desiste de quota de R$ 1,6 milhão para celebração em Copacabana

DA SUCURSAL DO RIO

A crise econômica internacional desembarcou em Copacabana. Com a turbulência dos mercados, a tradicional festa que lota a praia carioca na noite de Réveillon sofreu um desfalque de R$ 1,6 milhão. Uma empresa do mercado financeiro avaliou que não era o momento para celebrações e desistiu de sua cota de patrocínio.
"Não era o momento de esse patrocinador estar envolvido numa festa, diante das dificuldades enfrentadas pelo mercado", disse Flavio Machado, diretor de novos negócios da produtora SRCOM, responsável pela produção da festa.
Ele não revelou o nome da empresa desistente, mas afirmou que a saída se deu mais pela questão da imagem do que por problemas de caixa.
A preocupação de Machado, agora, é encontrar outro patrocinador do mesmo porte para a festa. "Não tenho como realizar o nosso projeto, do jeito que nós planejamos, sem essa quota de patrocínio", disse.
No total, o custo da festa está estimado em R$ 7 milhões. Metade desse valor viria do orçamento municipal e a outra metade, dos patrocinadores. O secretário especial de Turismo do Rio, Rubem Medina, não descarta aumentar os investimentos da Prefeitura caso haja necessidade. "A festa está garantida. Não é por causa da saída de um patrocinador que o Réveillon será cancelado."
No ano passado, cerca de 2 milhões de pessoas participaram da festa em Copacabana.

Mercado doméstico
O governo anunciou que pretende investir na promoção do turismo doméstico para contornar os efeitos da crise no mercado financeiro. Segundo o ministro do Turismo, Luiz Barreto, será lançada em novembro campanha para incentivar a venda de passagens e pacotes no país, com investimento de R$ 8 milhões. A campanha será feita em rádio, TV, internet, mobiliário urbano, aeroportos e mídia especializada.
Segundo o ministro, as pessoas estão desistindo de viajar para outros países e preferindo viagens mais curtas. "Já registramos um crescimento de 10% a 15% na procura por destinos no mercado interno", disse.
Segundo ele, a idéia é aproveitar o período em que as famílias se programam para as férias de verão.
Se, de um lado, a alta do dólar deve reduzir o número de brasileiros em viagens para o exterior, deve também incentivar a vinda de estrangeiros para o país. "O produto Brasil está ficando mais barato", disse.
O ministro afirmou ainda que espera um aumento no número de vôos para o Brasil e que prevê mais viagens dentro da América Latina.
A expectativa do ministério é encerrar 2008 com uma entrada de divisas próxima dos US$ 6 bilhões. Até setembro, já contabilizava US$ 4,4 bilhões. No ano passado, o valor ficou em US$ 4,9 bilhões. Barreto afirmou que não vê risco de corte no orçamento do ministério e que, após a escolha das 12 cidades que vão sediar a Copa, o governo lançará uma espécie de PAC do Turismo para melhorias em infra-estrutura e qualificação profissional.
Apesar da perspectiva de mais viagens no verão, companhias aéreas ouvidas pela Folha afirmam que o crescimento do mercado doméstico em 2009 será menor do que o registrado nos últimos anos.


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