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FMI prevê piora maior na América Latina
Fundo sinaliza que crescimento de países latino-americanos pode ser inferior aos 3,2% previstos, em média, para 2009
Riscos para
o crescimento na região "são
mais de
queda do que elevação", afirma vice-diretor do
Departamento do Hemisfério
Ocidental do FMI
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
Depois de ter previsto há menos de duas semanas que as
economias dos países latino-americanos cresceriam, em
média, 3,2% em 2009, o FMI
(Fundo Monetário Internacional) agora sinaliza com uma revisão para baixo no índice.
Essa foi a principal novidade
na apresentação do relatório
Perspectiva Econômica Regional do FMI para o Hemisfério
Ocidental. "Essa previsão
[3,2%] pode ser abaixo do que
nós estimamos. Os riscos são
mais de queda do que de elevação", disse David Robinson, vice-diretor do Departamento do
Hemisfério Ocidental do FMI
durante uma apresentação do
documento do Fundo, ontem,
em Santiago, no Chile.
A razão principal para a desaceleração, segundo Robinson,
será a queda no preço das commodities. A maioria das economias na América Latina depende da exportação de produtos
minerais e agrícolas para sustentar seu crescimento. Com a
crise afetando os maiores compradores no mundo rico, há um
freio natural nesse mercado.
O FMI e o Banco Mundial tiveram um comportamento em
geral atrasado na atual crise.
Não souberam identificar o
problema com antecedência.
Agora, ainda continuam a divulgar previsões que são derrubadas a cada semana.
Depreciação de moedas
Apesar do possível crescimento menor, o FMI foi generoso a respeito da suposta melhor situação do continente em
relação ao passado. "A resiliência da região reflete o progresso
que muitos países fizeram ao
melhorar seus fundamentos
macroeconômicos na última
década", disse Robinson.
Nos últimos quatro anos, segundo o FMI, os países latino-americanos cresceram anualmente 5%, na média. Agora, a
incerteza a respeito de 2009
tem sido alimentada pelos efeitos da crise global. Robinson citou, entre outros pontos, a depreciação de 27% nas moedas
da região em relação ao dólar.
"Dado o que está acontecendo no restante do mundo, nossa
previsão é que o crescimento
na América Latina vai se reduzir de maneira notável", disse
Robinson, sem dar um percentual específico. No caso dos
EUA, o FMI acredita numa recessão no último trimestre deste ano e um crescimento marginal, de apenas 0,1% em 2009.
(FERNANDO RODRIGUES)
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