São Paulo, quarta-feira, 23 de novembro de 2005

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Cresce pressão sobre indústria

DO ENVIADO ESPECIAL A GENEBRA

O Brasil entrou nas negociações da Rodada Doha disposto a extrair o máximo de concessões dos países ricos em abertura agrícola. Até conseguiu alguns avanços potenciais, mas está cada vez mais pressionado para fazer ele próprio concessões em áreas como serviços e bens industriais (ou Nama, da sigla inglesa para Acesso a Mercado Não-Agrícola).
Ontem mesmo, na reunião do G4, o comissário do Comércio europeu, Peter Mandelson, voltou a cobrar concessões em serviços e Nama para ter cacife para oferecer mais liberalização do hiper-protegido mercado agrícola europeu.
Ganhou um certo apoio de Robert Portman, dos Estados Unidos, parceiro do Brasil na cobrança pela abertura agrícola européia: "Quando Mandelson sugere que necessita progressos em Nama e serviços, ele tem um ponto".
Celso Amorim, o chanceler brasileiro, não concorda, com apoio de boa parte do setor privado. Diz, sempre, que as tarifas de importação da indústria já foram objeto de forte redução desde a Rodada Uruguai, o ciclo anterior de liberalização comercial, encerrado em 1994, ao passo que a agricultura permaneceu protegida. Não é o caso portanto de pagar com indústria e serviços por uma abertura que já é devida naturalmente pelos países ricos.
De todo modo, a pressão não se materializou em um texto negativo para o Brasil na área industrial. Ao contrário, o documento ontem liberado pelo comitê respectivo diz que a OMC está longe de um acordo sobre modalidades nessa área também, o que "é altamente perturbador". (CR)


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