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Cresce pressão sobre indústria
DO ENVIADO ESPECIAL A GENEBRA
O Brasil entrou nas negociações
da Rodada Doha disposto a extrair o máximo de concessões dos
países ricos em abertura agrícola.
Até conseguiu alguns avanços potenciais, mas está cada vez mais
pressionado para fazer ele próprio concessões em áreas como
serviços e bens industriais (ou
Nama, da sigla inglesa para Acesso a Mercado Não-Agrícola).
Ontem mesmo, na reunião do
G4, o comissário do Comércio europeu, Peter Mandelson, voltou a
cobrar concessões em serviços e
Nama para ter cacife para oferecer
mais liberalização do hiper-protegido mercado agrícola europeu.
Ganhou um certo apoio de Robert Portman, dos Estados Unidos, parceiro do Brasil na cobrança pela abertura agrícola européia: "Quando Mandelson sugere
que necessita progressos em Nama e serviços, ele tem um ponto".
Celso Amorim, o chanceler brasileiro, não concorda, com apoio
de boa parte do setor privado.
Diz, sempre, que as tarifas de importação da indústria já foram
objeto de forte redução desde a
Rodada Uruguai, o ciclo anterior
de liberalização comercial, encerrado em 1994, ao passo que a agricultura permaneceu protegida.
Não é o caso portanto de pagar
com indústria e serviços por uma
abertura que já é devida naturalmente pelos países ricos.
De todo modo, a pressão não se
materializou em um texto negativo para o Brasil na área industrial.
Ao contrário, o documento ontem liberado pelo comitê respectivo diz que a OMC está longe de
um acordo sobre modalidades
nessa área também, o que "é altamente perturbador".
(CR)
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