São Paulo, segunda-feira, 23 de novembro de 2009

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Mais velhos buscam opção conservadora

Com o passar do tempo, Bolsa de Valores perde participação nas aplicações financeiras e dá espaço maior à renda fixa

Estabilidade profissional na meia-idade também proporciona chance de poupar recursos para a aposentadoria

DA REPORTAGEM LOCAL

A grande transformação na personalidade de um investidor ocorre na época que em chegam os filhos. Vêm a responsabilidade e a insegurança.
À parte das economias da família, é indispensável criar uma reserva individual para cada criança.
"Os pais têm do zero aos 15 anos dos filhos para deixá-los milionários. Até os sete, as crianças custam muito pouco -elas não ligam para roupas de grife, por exemplo, então se pode guardar um bom dinheiro poupando com esse tipo de coisa. É legal falar para os avós não encherem os netos de cacarecos, e sim depositarem um pouquinho na poupança deles também", diz Mauro Calil, professor e educador do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil.
Aplicações em renda variável são atraentes para esse fim porque, como o intervalo de tempo para juntar é extenso, correr mais riscos é possível.
Se, quando jovens, os investidores acabam elegendo as ações que podem proporcionar mais lucros nos negócios do dia a dia do mercado -e especulam com elas-, depois é melhor preferir papéis rentáveis no longo prazo, como os que pagam bons dividendos.
A fase que vai dos 45 aos 55 anos é tão decisiva quanto a dos 20 aos 30 anos. No início da sua carreira, o profissional está em uma situação favorável para guardar dinheiro, pois as suas despesas são pequenas. Na meia-idade, o padrão de vida elevado consome mais recursos, porém os ganhos também são maiores, e os filhos começam a sair de casa. Surge nesse ponto uma grande oportunidade para alavancar as reservas para a aposentadoria.

Colhendo os frutos
Reservando R$ 10 por dia durante os tempos de estabilidade profissional, consegue-se chegar dignamente à terceira idade. A constância é importante: não adianta poupar dinheiro somente quando se recebe grandes somas, como os bônus corporativos -é melhor separar pequenas quantias todos os meses.
No planejamento para a aposentadoria, deve-se considerar que os gastos dos idosos com saúde são bem pesados -e as pessoas estão vivendo muito mais, ou seja, o período que vem após o encerramento da carreira está se alongando.
"No entanto, caso o trabalhador chegue aos 55 anos sem um colchão financeiro razoável, precisa refazer as contas", alerta Rodrigo Puga, sócio da consultoria em finanças pessoais Investeducar e autor do livro "Formação de Investidores", da editora Campus-Elsevier. O padrão de gastos da família tem que ser revisto e diminuído, por exemplo com uma mudança de casa para outra que signifique despesas menores.
Tanto quem começou a poupar tarde quanto quem teve sucesso em ir guardando ao longo da vida deve transferir o seu dinheiro da Bolsa de Valores para aplicações mais conservadoras, de renda fixa, e das quais seja fácil resgatar os montantes.
O administrador Rodrigo Werner, 32, tem um plano de previdência privada desde que entrou no mercado de trabalho. "Sempre fui muito pé no chão. Nunca mexi nessa poupança", afirma ele, que também coloca recursos na Bolsa.
É com a mesma organização que sempre norteou a sua vida financeira pessoal que ele pretende levar a nova fase de casamento e dos filhos que planeja com sua mulher.
"Tive tudo o que eu quis porque soube economizar e aplicar da maneira certa. Quero passar isso para as crianças que vierem", diz Werner.


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