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Mais velhos buscam opção conservadora
Com o passar do tempo, Bolsa de Valores perde participação nas aplicações financeiras e dá espaço maior à renda fixa
Estabilidade profissional
na meia-idade também
proporciona chance
de poupar recursos
para a aposentadoria
DA REPORTAGEM LOCAL
A grande transformação na
personalidade de um investidor ocorre na época que em
chegam os filhos. Vêm a responsabilidade e a insegurança.
À parte das economias da família, é indispensável criar
uma reserva individual para cada criança.
"Os pais têm do zero aos 15
anos dos filhos para deixá-los
milionários. Até os sete, as
crianças custam muito pouco
-elas não ligam para roupas de
grife, por exemplo, então se pode guardar um bom dinheiro
poupando com esse tipo de coisa. É legal falar para os avós não
encherem os netos de cacarecos, e sim depositarem um pouquinho na poupança deles também", diz Mauro Calil, professor e educador do Centro de
Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil.
Aplicações em renda variável
são atraentes para esse fim porque, como o intervalo de tempo
para juntar é extenso, correr
mais riscos é possível.
Se, quando jovens, os investidores acabam elegendo as
ações que podem proporcionar
mais lucros nos negócios do dia
a dia do mercado -e especulam
com elas-, depois é melhor
preferir papéis rentáveis no
longo prazo, como os que pagam bons dividendos.
A fase que vai dos 45 aos 55
anos é tão decisiva quanto a dos
20 aos 30 anos. No início da sua
carreira, o profissional está em
uma situação favorável para
guardar dinheiro, pois as suas
despesas são pequenas. Na
meia-idade, o padrão de vida
elevado consome mais recursos, porém os ganhos também
são maiores, e os filhos começam a sair de casa. Surge nesse
ponto uma grande oportunidade para alavancar as reservas
para a aposentadoria.
Colhendo os frutos
Reservando R$ 10 por dia durante os tempos de estabilidade
profissional, consegue-se chegar dignamente à terceira idade. A constância é importante:
não adianta poupar dinheiro
somente quando se recebe
grandes somas, como os bônus
corporativos -é melhor separar pequenas quantias todos os
meses.
No planejamento para a aposentadoria, deve-se considerar
que os gastos dos idosos com
saúde são bem pesados -e as
pessoas estão vivendo muito
mais, ou seja, o período que
vem após o encerramento da
carreira está se alongando.
"No entanto, caso o trabalhador chegue aos 55 anos sem um
colchão financeiro razoável,
precisa refazer as contas", alerta Rodrigo Puga, sócio da consultoria em finanças pessoais
Investeducar e autor do livro
"Formação de Investidores",
da editora Campus-Elsevier. O
padrão de gastos da família tem
que ser revisto e diminuído, por
exemplo com uma mudança de
casa para outra que signifique
despesas menores.
Tanto quem começou a poupar tarde quanto quem teve sucesso em ir guardando ao longo
da vida deve transferir o seu dinheiro da Bolsa de Valores para
aplicações mais conservadoras,
de renda fixa, e das quais seja
fácil resgatar os montantes.
O administrador Rodrigo
Werner, 32, tem um plano de
previdência privada desde que
entrou no mercado de trabalho.
"Sempre fui muito pé no chão.
Nunca mexi nessa poupança",
afirma ele, que também coloca
recursos na Bolsa.
É com a mesma organização
que sempre norteou a sua vida
financeira pessoal que ele pretende levar a nova fase de casamento e dos filhos que planeja
com sua mulher.
"Tive tudo o que eu quis porque soube economizar e aplicar
da maneira certa. Quero passar
isso para as crianças que vierem", diz Werner.
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