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Crise não comprometerá Natal, diz varejo
Lojistas de São Paulo prevêem crescimento de 4% no faturamento sobre o resultado do ano passado
Guilherme Lara Campos/Folha Imagem
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Movimento na rua 25 de março, uma das mais procuradas em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
A crise financeira não deve
chegar aos balcões das lojas de
departamento durante as vendas de Natal. É o que mostram
as sondagens junto aos varejistas de São Paulo. De acordo
com um levantamento da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), o faturamento nesse período deverá crescer 4% em relação ao mesmo período do ano
passado, quando a previsão era
de 3% de expansão.
As maiores altas ocorrerão
nas lojas de vestuário e calçados, que estimam resultados
6% maiores que os de 2007. As
redes especializadas em bens
duráveis, como eletroeletrônicos, mercadorias cujo tíquete
médio é elevado, deverão crescer 2%. Para esses itens, a internet é o melhor canal de vendas
porque os preços são, em geral,
mais baixos.
A pesquisa da Fecomercio foi
realizada entre os dias 18 e 20
de dezembro com 160 lojistas
de São Paulo. Consultados pela
Folha, alguns dos lojistas estimam que deverão fechar o período de vendas natalinas com
alta de 10% sobre o faturamento do ano passado.
O impacto da crise, que fez
secar as fontes de crédito em
diversos países do mundo, será
pequeno nas lojas brasileiras
porque, segundo os especialistas, não houve queda do nível
de emprego e a renda do trabalhador aumentou. "Ainda estamos no rastro do avanço econômico de 2007", diz Ricardo Patah, presidente do Sindicato
dos Comerciários de São Paulo.
Patah considera que haverá
apenas um efeito negativo. "Só
20% dos postos de trabalho
temporário criados no Natal
serão mantidos", diz. Ainda, segundo ele, em 2007, o aquecimento do ritmo das vendas natalinas obrigou os comerciários
a abrirem 35 mil novos postos
de trabalho temporário e 80%
deles foram mantidos pelo comércio após as festas de final de
ano. "A única boa notícia é que
teremos os mesmos 35 mil novos postos nesse ano," diz Patah. "Infelizmente, só uma pequena parte será efetivada."
A sondagem da Fecomercio
mostra que as previsões do Sindicato dos Comerciários de São
Paulo tem chances de não se
confirmar. Até o momento, a
maioria dos empresários consultados (60%) ainda não pediu
ajuda extra para o Natal.
Política comercial
Apesar das boas perspectivas, os lojistas não querem correr perigo. Uma das jogadas para manter o ritmo das vendas é
a agressiva política de descontos. Seis entre dez dos entrevistados afirmaram que contam
com "ofertas relâmpago", por
exemplo, como forma de atrair
clientes dentro das lojas a efetivarem as compras. Cerca de 8%
estão lançando mão de brindes
e sorteios e apenas 3% optaram
pela venda parcelada sem juros. Isso porque, ainda segundo
a pesquisa, boa parte dos pagamentos ocorre via cartão de
crédito, que já oferece o parcelamento. O pagamento à vista
responde por aproximadamente 34% das operações.
Outro motivo de preocupação dos lojistas são os estoques.
A pesquisa da Fecomercio
mostrou que 71% dos empresários mantêm seus depósitos no
mesmo nível do ano passado,
considerado um dos melhores
Natais dos últimos oito anos.
Também por isso, os shoppings, centros de comércio popular, como a Rua 25 de março
em São Paulo, e até os supermercados estenderam seu horário de funcionamento. A
maioria dos shoppings, abertos
até as 22h, funcionará hoje até
meia-noite. Entre os hipermercados, o Carrefour e o Extra só
fecham as portas às 18h e 20h
de amanhã, respectivamente.
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