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Economia dos EUA segue forte, diz Condoleezza
MARIA CRISTINA FRIAS
ENVIADA ESPECIAL A DAVOS
A secretária de Estado
norte-americana, Condoleezza Rice, disse ontem, no
painel de boas-vindas ao Fórum Econômico Mundial de
2008, em Davos, na Suíça,
que os "EUA continuarão a
ser uma locomotiva de crescimento econômico".
"A economia norte-americana é resiliente e seus fundamentos de longo prazo são
saudáveis", afirmou. Rice,
que esteve há dois anos em
Davos, havia prometido voltar. "Antes tarde do que nunca", desculpou-se com Klaus
Schwab, fundador e presidente do Fórum Econômico.
O retorno coincidiu com o
agravamento da crise nos
EUA. Com as Bolsas mundiais despencando, a preocupação e o pessimismo com a
recessão norte-americana
dominaram vários debates
do primeiro dia do Fórum.
Entre a "turbulência do
mundo de hoje", Rice citou a
"crescente preocupação
acerca da própria globalização, uma percepção de que
cada vez mais é alguma coisa
acontecendo para nós, não
controlada por nós".
Executivos presentes ao
Fórum elegeram a falta de
resposta coordenada e de liderança como a maior ameaça ao crescimento econômico mundial, com 18,50% dos
votos. Muitos empresários
criticaram o que consideram
falta de controle do Fed e de
outros bancos centrais com
relação à crise nos EUA.
Rice disse ter decidido "assumir o risco de falar da importância de ideais e da necessidade de otimismo no
poder". Em defesa da política
externa norte-americana, a
secretária de Estado afirmou
que os EUA "não têm inimigos permanentes, podem ter
amigos em qualquer país que
compartilha de seus valores
e acredita que a diplomacia
possa fazer um mundo onde
possam se tornar amigos".
Quando americanos falam
de idealismo e otimismo,
platéias internacionais ficam
nervosas, segundo Rice.
"Há uma longa tradição internacional que vê a América
como sendo jovem e naïf."
Apesar da crise nos EUA,
Rice ainda disse que o governo trabalha para uma ordem
econômica mais justa e que
tem de promover um mundo
mais livre e democrático.
Rice disse ter de concordar
que a ênfase na democracia
no Oriente Médio é controversa. "Alguns dizem que a
situação piorou. Comparada
a quê?", disse. "Pior que a tirania de Saddam Hussein,
que horrorizou vizinhos e
cuja herança são 300 mil corpos de gente inocente?"
Rice afirmou que os EUA
não querem ter no Irã um
inimigo permanente.
"Não temos conflito com o
povo iraniano, mas com o governo, que apóia o terrorismo, a desestabilização do
Iraque. Não queremos que o
Irã se torne uma potência
nuclear. Continuaremos a
fazer com que cumpram suas
obrigações internacionais."
O discurso de Rice foi elogiado pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
Quanto ao debate econômico, Blair disse que é positivo que as pessoas em Davos
queiram olhar o imediato.
"As pessoas estão preocupadas com a situação econômica, mas até o fim da semana
vão focar na mudança de clima e no Oriente Médio."
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