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análise
Condicionar crédito é inócuo, diz especialista
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A medida anunciada pelo
ministro da Fazenda, Guido
Mantega, de condicionar a
concessão de empréstimos
do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico) à geração de empregos
é avaliada como inócua por
especialistas ouvidos pela
Folha. Segundo eles, trata-se
mais de ação de efeito moral,
porque o banco já considera
a criação de vagas na análise
de projetos.
O BNDES divulgou que em
2008, com desembolso de R$
90,878 bilhões, foram criados 2,8 milhões de empregos.
Esse montante se refere a vagas durante a construção dos
empreendimentos, e não ao
total de empregos fixos após
o início das operações.
"Não é a geração líquida,
mas o total de empregos que
foram criados ou mantidos
durante as obras por conta
do financiamento. Em 2008,
houve um aumento expressivo por conta do maior volume de investimentos na economia e das obras de infraestrutura, que também tiveram efeito positivo", diz Roberto Oliveira, do BNDES.
Em 2007, houve a geração de
1,977 milhão de empregos.
Reportagem da Folha
mostrou que setores contemplados com recursos do
banco foram também os que
mais demitiram. O banco
afirma que acompanha a geração de vagas ao longo do
andamento do projeto. Os financiamentos do banco são
liberados em parcelas, seguindo a evolução das obras.
O ex-presidente do
BNDES Carlos Lessa afirma
que a fiscalização da criação
de vagas é praticamente inexistente. "Uma equipe costuma visitar o local, mas ninguém vai sair contando o número de empregados. Condicionar financiamento à manutenção de emprego é uma
medida de efeito moral."
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