São Paulo, domingo, 24 de fevereiro de 2008

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Álcool vai matar sede por combustíveis, prevê Shell

Biocombustíveis serão 7% do mercado até 2030, diz empresa

MARIANNE STIGSET
DA BLOOMBERG

Os biocombustíveis produzidos a partir do milho, da cana e de outros produtos agrícolas serão essenciais para atender às necessidades futuras de combustíveis do mundo, segundo Niel Golightly, vice-presidente de comunicação da Royal Dutch Shell, a maior empresa petrolífera da Europa.
A demanda por combustíveis duplicará até meados deste século, disse Golightly, na conferência International Petroleum Week, em Londres.
"Nós precisaremos dos biocombustíveis para saciar essa sede", disse ele. Os biocombustíveis responderão por 7% dos combustíveis usados no setor de transportes até 2030. Atualmente, são 1%, disse Golightly.
A crescente população mundial, a diminuição das reservas de combustíveis fósseis e a necessidade de reduzir as emissões de gás carbônico respaldarão o desenvolvimento e o uso de fontes alternativas de combustíveis, disse ele.
Os governos dos EUA e do Brasil estimulam o uso de combustíveis alternativos para limitar as emissões de CO2, responsabilizadas pelo aquecimento global, e para reduzir a dependência do petróleo.
A cana, usada na fabricação do álcool no Brasil, provavelmente contribui mais para a redução das emissões do que os combustíveis feitos a partir do milho, disse Golightly. Os EUA preferem o milho.
Empresas como Shell, Chevron e BP (British Petroleum) investem em biocombustíveis produzidos com matérias-primas como algas, resíduos de madeira, palha e pinhão.
Estudos realizados pela Oxfam, pelo Greenpeace e pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) dizem que os biocombustíveis terão um efeito limitado sobre as emissões e, ao mesmo tempo, elevarão os preços dos alimentos e causarão danos ao ambiente, com o desmatamento.


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