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Ira popular ameaça a segurança dos políticos
DE BUENOS AIRES
DA REPORTAGEM LOCAL
Os políticos têm sido vítimas
constantes da ira dos argentinos.
Não importa o partido ou se o político já deixou o governo: as
agressões verbais, e mesmo físicas, a políticos têm se tornado rotineiras na Argentina.
O último alvo foi o governador
de Córdoba, José Manuel de la Sota. Insultado no saguão do aeroporto de sua província por um
grupo de universitárias, De la Sota
ouviu que "todos os políticos são
iguais e têm de responder pelo
caos que vive o país."
Episódios mais violentos foram
protagonizados pelo ex-ministro
da Economia Roberto Alemann e
pelo diplomata e escritor, Jorge
Asís, que foram agredidos com
pontapés e empurrões por argentinos indignados que os encontraram por acaso em locais públicos.
"É preocupante que essas agressões têm sido cada vez mais constantes e têm em comum a espontaneidade. Isso mostra a falta de
fortaleza institucional hoje na Argentina. Se a punição tem de ser
feita com as próprias mãos é porque não há mais confiança nenhuma na Justiça", afirma o cientista político Hugo Haime.
Nem mesmo os ex-presidentes
Raul Alfonsín (1983-1989) e Fernando de la Rúa (1999-2001) escaparam da fúria da população. Alfonsín foi insultado e chegou a
trocar sopapos com um manifestante em frente a sua casa. De la
Rúa teve de se retirar de um supermercado, sem levar suas compras, após ser atacado por um improvisado panelaço.
Na semana passada, o ministro
da Economia, Jorge Remes Lenicov, teve de esperar por quase
duas horas a polícia retirar um pequeno grupo de manifestantes
para que pudesse sair do prédio
dos Tribunais.
(FV E JAD)
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