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Folhainvest
Ferramentas ajudam a reduzir risco na Bolsa
Contratos futuros do Ibovespa e opções de ações funcionam como uma proteção contra possíveis perdas no mercado acionário
Esse tipo de instrumento é indicado em momentos em que o risco sistemático, que afeta o mercado todo, aumenta, dizem analistas
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Os pequenos investidores no
mercado brasileiro de ações
têm ficado bastante assustados
com as turbulências enfrentadas pela Bovespa neste início
de ano. As perdas acumuladas
em 2008 ultrapassam 7%, e assíduos episódios de grandes altas e grandes baixas testam o
sangue-frio dos investidores.
Em momentos como esse, eles
se perguntam o que fazer para
minimizar as perdas.
"O investidor que acompanha a sua carteira de ações de
perto, monitora as suas posições pelo menos diariamente,
pode lançar mão de alguns instrumentos a fim de melhorar o
retorno", explica Sandro Endler, operador da corretora
SLW. "No entanto quem comprou ações como uma poupança de longo prazo não precisa
utilizá-los, é bom ressaltar",
afirma.
As ferramentas às quais Endler se refere são o contrato futuro do Ibovespa (principal índice da Bolsa de Valores de São
Paulo) e as opções de ações,
ambos negociados na BM&F
(Bolsa de Mercadorias & Futuros). Elas são indicadas quando, como agora, aumentou o
risco sistemático, ou seja, aquele que afeta o mercado todo.
Comprar um minicontrato
do Ibovespa futuro é recomendado pelos analistas se o investidor tem uma carteira grande,
cuja composição seja semelhante à do índice. Atualmente,
fazem parte do indicador os 64
papéis mais negociados. Os que
têm maior peso são os preferenciais da Petrobras e da Vale
do Rio Doce.
"Apostando que a Bolsa vai
cair, o investidor pode vender o
índice futuro e, dessa maneira,
fazer o hedge [proteção] da sua
carteira", explica Ricardo Fontes, consultor financeiro e professor. Muitas corretoras oferecem essa alternativa para o
cliente pelo "home broker", o
sistema de negociação para
pessoa física pela internet.
O minicontrato é uma fração
do contrato, pois este é grande
e caro demais para o bolso do
pequeno investidor. O preço é
de R$ 3 para cada ponto do índice, no caso do contrato, e de
R$ 0,30 no mini. Se o Ibovespa
está em 60 mil pontos, o preço
do contrato é R$ 180 mil e o do
mini, R$ 18 mil . Não é necessário pagar o valor total para adquiri-lo, mas uma porcentagem
dele como garantia.
Quando se vende esse minicontrato, aposta-se que o índice vai cair do patamar atual. Por
exemplo, se a Bovespa está em
60 mil pontos e cai para 59 mil,
o investidor que pediu à corretora para vender cem minicontratos ganha a diferença de mil
pontos da queda do índice multiplicado por R$ 0,30 para cada
contrato: R$ 3.000 (sem considerar as taxas de corretagem).
A liquidação dos contratos
acontece nos meses pares, uma
quarta-feira por mês.
Assim, se há uma baixa da
Bolsa, as ações se desvalorizam
e o investidor perde; mas, tendo vendido um minicontrato
de Ibovespa futuro, ele ganha e
compensa os prejuízos.
Já as opções de ações são usadas quando a carteira do investidor é menor e menos diversificada. Comprar uma opção de
venda garante o direito de vender uma ação por um determinado valor. Se o investidor espera que o papel se desvalorize,
compra uma opção de venda
para ter certeza de que poderá
se desfazer dela pelo preço que
deseja, evitando, assim, perdas
com grandes baixas. Quem vai
comprar as ações é o investidor
que está na outra ponta e vendeu a opção de venda.
As opções vencem mensalmente. Se a ação de uma certa
empresa está custando hoje R$
50, por exemplo, e o investidor
compra uma opção de venda a
R$ 48, ele precisa pagar um
prêmio no ato -suponhamos
que seja R$ 2 por opção. Se, no
vencimento, a ação estiver valendo R$ 55, o investidor não
exerce a opção e perde o valor
pago por elas. No entanto, ao
contrário, caso a ação caia para
R$ 45, ele pode exercer a opção
e vendê-las por R$ 48, compensando as perdas com a desvalorização dos papéis que possui
em sua carteira.
"Essas ferramentas são muito úteis, mas é essencial que o
investidor se informe profundamente antes de empregá-las", destaca Endler.
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