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Teles pressionam para entrar no programa de banda larga
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A reativação da Telebrás para
gerir o Programa Nacional de
Banda Larga vem sofrendo forte oposição das operadoras de
telefonia.
No final de janeiro, quando a
minuta de decreto de reativação da estatal foi divulgada, o
texto foi classificado como
"loucura" pela Abrafix (entidade que representa as operadoras de telefonia fixa).
O Ministério das Comunicações tem posicionamento alinhado ao das empresas de telefonia e propõe um modelo no
qual as redes de fibra ótica do
Estado não entram no mercado
para ampliar acesso ou fomentar competição.
A atual rede privada seria
usada e sua ampliação para regiões não rentáveis seria bancada por meio de incentivos fiscais. Nessa proposta, a desoneração seria feita tanto na prestação do serviço como no fornecimento dos equipamentos.
Para compensar as teles do
investimento necessário e do
baixo retorno em algumas regiões, o governo deixaria de cobrar o Fistel (Fundo de Fiscalização dos Serviços de Telecomunicações). Para o equipamento (modem), reduziria a
carga tributária, hoje em 76%
do valor do produto.
Isso, no entanto, não seria
suficiente para garantir um
programa 100% tocado pelo setor privado. Nos grandes centros urbanos, onde existe infraestrutura instalada, seria
necessário criar subsídio aos
mais pobres, nos moldes do que
é feito hoje com a tarifa social
de energia elétrica.
A rede de fibras óticas do governo também entraria no plano, para atender as áreas remotas, onde, além do baixo poder
aquisitivo, há falta da infraestrutura. Nesse caso, no entanto,
essa rede seria usada em parceria com o setor privado, e não
diretamente pelo Estado.
Para as empresas de telefonia, a entrada do governo nesse
mercado é ruim. Hoje, os grupos econômicos que atuam na
área de telefonia fixa estão vendo sua receita migrar do serviço
que foi originalmente concedido pelo Estado (voz) para o
acesso à internet (dados).
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