São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2010

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Reino Unido terá taxa para banda larga

Plano para universalizar internet prevê a cobrança de 0,50 libra por mês na conta telefônica para custear ampliação da rede

Empresas privadas teriam que seguir diretrizes do governo para o serviço; oposição ao governo diz que o plano é inviável

LUCIANA COELHO
DE GENEBRA

O plano de ampliar e melhorar o acesso da população à banda larga é tratado como prioridade no mundo desenvolvido. Nos últimos dias, os governos norte-americano e britânico anunciaram modelos e metas que pretendem adotar.
No Reino Unido, a rede de internet superveloz será amplamente difundida até 2020 -ao menos na promessa do premiê Gordon Brown, selada anteontem em um discurso no qual comparou a conexão de banda larga à eletricidade e disse que todo britânico terá acesso a ela em um prazo de dez anos.
Como isso ocorrerá ninguém sabe ainda, já que Brown não detalhou o plano. Nem a velocidade da conexão ficou clara -o parâmetro de superveloz, para a imprensa local, é 50 megabits por segundo. A oposição conservadora, que lidera as pesquisas para as eleições deste ano, prontificou-se em chamar o projeto de "inviável".
Hoje, a maioria dos britânicos tem acesso a uma rede com velocidade de 3 a 4,5 megabits por segundo, o que levou o Reino Unido a ser incluído por uma pesquisa da Universidade de Oviedo (Espanha) no grupo daqueles com padrões "mínimos necessários" para a realidade atual, penúltimo da escala (o Brasil está "abaixo dos padrões mínimos" no estudo).
O plano de Brown prevê a cobrança de uma taxa mensal de 0,50 libra na conta telefônica, criticada pela oposição, para financiar a ampliação do cabeamento. O trabalho será executado por empresas privadas de acordo com diretrizes do governo que visam ampliar as redes de fibra ótica na zona rural.
A ex-estatal British Telecom detém quase um monopólio do setor, mas uma proposta lançada ontem pela Ofcom, a agência reguladora no Reino Unido (independente do governo), determina que a operadora ceda seus túneis a rivais menores para estimular a competição.
Brown quer, com seu plano, fazer da internet a principal plataforma de serviços do governo por meio de um site que se chamará MyGov. Com isso, o Estado economizaria o equivalente a R$ 54 bilhões em mão de obra e aluguel, aumentaria sua transparência e aceleraria os serviços ao cidadão, como solicitação de pensões e agendamento de consultas médicas.


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