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Reino Unido terá taxa para banda larga
Plano para universalizar internet prevê a cobrança de 0,50 libra por mês na conta telefônica para custear ampliação da rede
Empresas privadas teriam que seguir diretrizes do governo para o serviço; oposição ao governo diz
que o plano é inviável
LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
O plano de ampliar e melhorar o acesso da população à
banda larga é tratado como
prioridade no mundo desenvolvido. Nos últimos dias, os
governos norte-americano e britânico
anunciaram modelos e metas
que pretendem adotar.
No Reino Unido, a rede de internet superveloz será amplamente difundida até 2020 -ao
menos na promessa do premiê
Gordon Brown, selada anteontem em um discurso no qual
comparou a conexão de banda
larga à eletricidade e disse que
todo britânico terá acesso a ela
em um prazo de dez anos.
Como isso ocorrerá ninguém
sabe ainda, já que Brown não
detalhou o plano. Nem a velocidade da conexão ficou clara -o
parâmetro de superveloz, para
a imprensa local, é 50 megabits
por segundo. A oposição conservadora, que lidera as pesquisas para as eleições deste ano,
prontificou-se em chamar o
projeto de "inviável".
Hoje, a maioria dos britânicos tem acesso a uma rede com
velocidade de 3 a 4,5 megabits
por segundo, o que levou o Reino Unido a ser incluído por
uma pesquisa da Universidade
de Oviedo (Espanha) no grupo
daqueles com padrões "mínimos necessários" para a realidade atual, penúltimo da escala
(o Brasil está "abaixo dos padrões mínimos" no estudo).
O plano de Brown prevê a cobrança de uma taxa mensal de
0,50 libra na conta telefônica,
criticada pela oposição, para financiar a ampliação do cabeamento. O trabalho será executado por empresas privadas de
acordo com diretrizes do governo que visam ampliar as redes de fibra ótica na zona rural.
A ex-estatal British Telecom
detém quase um monopólio do
setor, mas uma proposta lançada ontem pela Ofcom, a agência
reguladora no Reino Unido (independente do governo), determina que a operadora ceda
seus túneis a rivais menores para estimular a competição.
Brown quer, com seu plano,
fazer da internet a principal
plataforma de serviços do governo por meio de um site que
se chamará MyGov. Com isso, o
Estado economizaria o equivalente a R$ 54 bilhões em mão
de obra e aluguel, aumentaria
sua transparência e aceleraria
os serviços ao cidadão, como
solicitação de pensões e agendamento de consultas médicas.
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