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Bolsa sobe pelo 2º dia com alta de ações da Vale
Após superar R$ 1,80, dólar recua 1,17% e vai a R$ 1,779
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE
A Bolsa brasileira reagiu ontem pelo segundo dia consecutivo, impulsionada pela forte
valorização das ações da mineradora Vale, empresa consagrada como a mais importante do
mercado acionário doméstico.
O Ibovespa, principal termômetro da Bolsa no país, terminou o dia com alta de 0,5%, totalizando 69.386 pontos.
As ações da Vale dispararam
ontem devido a rumores sobre
a nova política de preços e a expectativa de reajuste acima de
100% em alguns segmentos de
minério de ferro. Os papéis ON
(ordinários, com direito a voto)
da Vale tiveram alta de 3,91%, e
os PNB (preferenciais tipo B,
sem voto), de 2,76%.
Em comunicado ao mercado,
a diretoria da Vale não mencionou valores e limitou-se a dizer
que a nova política comercial
"reflete a realidade de mercado
e as necessidades específicas"
de cada cliente.
"A estratégia de preços deve
trazer ótimos resultados no
curto prazo, já que os preços alcançados devem ser os mais altos na história da Vale", avalia a
corretora Link.
As ações da mineradora brasileira movimentaram ontem
R$ 1,258 bilhão e responderam
por 21,3% dos negócios na Bolsa de Valores de São Paulo, cujo
volume total de transações somou R$ 5,895 bilhões.
Desde o ano passado, a Vale
passou em volume de transações a estatal Petrobras, que
atravessa um conturbado programa de capitalização para
viabilizar a exploração de petróleo na camada de pré-sal. As
ações da Petrobras movimentaram ontem R$ 741,5 milhões
-ou 12,6% do volume da Bolsa.
Além do otimismo com a Vale, o mercado brasileiro seguiu
o dia positivo no exterior. A
Bolsa de Nova York fechou com
alta de 0,95% no índice Dow
Jones, que mede o desempenho de 30 empresas americanas. A Nasdaq subiu 0,95%.
A alta nos EUA veio com a expectativa de recuperação do
mercado imobiliário, setor que
originou a crise financeira de
2008 e que continua em baixa
após três anos. As vendas de
imóveis usados baixaram 0,6%
em fevereiro em relação ao mês
anterior, um pouco menos que
o previsto pelos analistas, segundo a associação de agentes
imobiliários dos EUA.
Com o desempenho atual, a
Bovespa caminha para terminar o mês de março como a melhor opção de investimento.
Até ontem, o Ibovespa mantinha valorização de 4,34% no
mês. No ano, a alta é mais modesta, de 1,16%.
Segundo a Bovespa, os investidores estrangeiros continuaram comprando ações brasileiras na terceira semana do mês,
apesar da instabilidade nos
mercados. Até o dia 19, os ingressos de recursos superaram
as retiradas no mês em R$ 1,786
bilhão. A entrada de recursos
externos ajuda a explicar a recuperação da Bolsa.
Câmbio
No mercado de câmbio, o dólar comercial foi vendido por
R$ 1,779, em queda de 1,16%,
depois de ter encerrado acima
de R$ 1,80 na véspera.
Profissionais de mercado esperam uma entrada de recursos bastante expressiva nos
próximos dias, por conta de
captações externas feitas por
grandes empresas brasileiras.
Também apontaram a ação
de tesourarias de bancos, aumentando a aposta na baixa das
cotações. "Eu vejo que os bancos estão tentando trazer de
novo o dólar para algo entre
R$ 1,75 e R$ 1,76. Eles estão aumentando as posições vendidas, ou seja, apostando na desvalorização da moeda", disse
Mauro Araújo, da mesa de operações da Vision Corretora.
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