São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2010

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Bolsa sobe pelo 2º dia com alta de ações da Vale

Após superar R$ 1,80, dólar recua 1,17% e vai a R$ 1,779

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE

A Bolsa brasileira reagiu ontem pelo segundo dia consecutivo, impulsionada pela forte valorização das ações da mineradora Vale, empresa consagrada como a mais importante do mercado acionário doméstico. O Ibovespa, principal termômetro da Bolsa no país, terminou o dia com alta de 0,5%, totalizando 69.386 pontos.
As ações da Vale dispararam ontem devido a rumores sobre a nova política de preços e a expectativa de reajuste acima de 100% em alguns segmentos de minério de ferro. Os papéis ON (ordinários, com direito a voto) da Vale tiveram alta de 3,91%, e os PNB (preferenciais tipo B, sem voto), de 2,76%.
Em comunicado ao mercado, a diretoria da Vale não mencionou valores e limitou-se a dizer que a nova política comercial "reflete a realidade de mercado e as necessidades específicas" de cada cliente.
"A estratégia de preços deve trazer ótimos resultados no curto prazo, já que os preços alcançados devem ser os mais altos na história da Vale", avalia a corretora Link.
As ações da mineradora brasileira movimentaram ontem R$ 1,258 bilhão e responderam por 21,3% dos negócios na Bolsa de Valores de São Paulo, cujo volume total de transações somou R$ 5,895 bilhões.
Desde o ano passado, a Vale passou em volume de transações a estatal Petrobras, que atravessa um conturbado programa de capitalização para viabilizar a exploração de petróleo na camada de pré-sal. As ações da Petrobras movimentaram ontem R$ 741,5 milhões -ou 12,6% do volume da Bolsa.
Além do otimismo com a Vale, o mercado brasileiro seguiu o dia positivo no exterior. A Bolsa de Nova York fechou com alta de 0,95% no índice Dow Jones, que mede o desempenho de 30 empresas americanas. A Nasdaq subiu 0,95%.
A alta nos EUA veio com a expectativa de recuperação do mercado imobiliário, setor que originou a crise financeira de 2008 e que continua em baixa após três anos. As vendas de imóveis usados baixaram 0,6% em fevereiro em relação ao mês anterior, um pouco menos que o previsto pelos analistas, segundo a associação de agentes imobiliários dos EUA.
Com o desempenho atual, a Bovespa caminha para terminar o mês de março como a melhor opção de investimento. Até ontem, o Ibovespa mantinha valorização de 4,34% no mês. No ano, a alta é mais modesta, de 1,16%.
Segundo a Bovespa, os investidores estrangeiros continuaram comprando ações brasileiras na terceira semana do mês, apesar da instabilidade nos mercados. Até o dia 19, os ingressos de recursos superaram as retiradas no mês em R$ 1,786 bilhão. A entrada de recursos externos ajuda a explicar a recuperação da Bolsa.

Câmbio
No mercado de câmbio, o dólar comercial foi vendido por R$ 1,779, em queda de 1,16%, depois de ter encerrado acima de R$ 1,80 na véspera.
Profissionais de mercado esperam uma entrada de recursos bastante expressiva nos próximos dias, por conta de captações externas feitas por grandes empresas brasileiras.
Também apontaram a ação de tesourarias de bancos, aumentando a aposta na baixa das cotações. "Eu vejo que os bancos estão tentando trazer de novo o dólar para algo entre R$ 1,75 e R$ 1,76. Eles estão aumentando as posições vendidas, ou seja, apostando na desvalorização da moeda", disse Mauro Araújo, da mesa de operações da Vision Corretora.


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