São Paulo, terça-feira, 24 de abril de 2007

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Barclays descarta vender operação do ABN no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

O Barclays descarta vender as operações do ABN Real no Brasil, afirmou o presidente do banco, John Varley, quando apresentava os detalhes da fusão. O presidente do banco inglês procurou todo o tempo mostrar que a fusão com os holandeses do ABN era a única alternativa ao completo fatiamento do banco no mundo.
Com um lucro de R$ 2 bilhões no ano passado, o ABN Real tem no Brasil um dos maiores retornos no mundo. A operação brasileira desperta interesse dos principais bancos nacionais e estrangeiros, especialmente do espanhol Santander, do britânico HSBC e do americano Citibank, que nunca comprou um banco no Brasil.
"Esse mesmo atrativo que exerceu sobre eventuais outros compradores exerceu também sobre o Barclays, que é agora quem está no jogo. E com eles a conversa foi a de que a unidade brasileira não será vendida", disse Fábio Barbosa, presidente do ABN Real no Brasil.
Barbosa afirmou que o corte de 10% dos trabalhadores não terá impacto no país. "No Brasil, não há sobreposição entre o Barclays e o ABN", disse.
Para o presidente do ABN no Brasil, a operação deve ser concretizada no segundo semestre e não terá impacto no país.
"Tudo continua como está para clientes, fornecedores e funcionários. No momento, essa [proposta do Barclays] é a melhor proposta. Pelo menos, é o que o "board" está dizendo aos acionistas. Obviamente que há possibilidade de alguma mudança. Mas isso parece estar bem encaminhado", disse Barbosa.
As operações do ABN no Brasil são avaliadas pelo mercado em R$ 30 bilhões. No país, um dos principais interessados no ABN era o Santander, que integrou um consórcio internacional para comprá-lo. Com o banco espanhol, o ABN somaria ativos de R$ 221,28 bilhões e passaria o Bradesco no posto de maior banco privado brasileiro, segundo o Banco Central.
O ABN Real tem no Brasil presença significativa no segmento premium do varejo, o que interessa aos brasileiros Bradesco e Itaú, além do Santander e do HSBC. A financeira Aymoré é uma das maiores no segmento de veículos. O ABN Real tem ainda fundos de investimento de prestígio e uma carteira de peso entre empresas médias, segmentos atrativos a HSBC e Citibank, que é conselheiro do Barclays.
Na sexta passada, o "Times" de Londres afirmava que o HSBC espera o fim da disputa pelo ABN para fazer oferta pelas operações no Brasil. Junto do ABN Real, o HSBC somaria ativos de R$ 179,10 bilhões no Brasil e passaria o Santander. O HSBC no Brasil preferiu não comentar os rumores. (TS)


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