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Barclays descarta vender operação do ABN no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
O Barclays descarta vender
as operações do ABN Real no
Brasil, afirmou o presidente do
banco, John Varley, quando
apresentava os detalhes da fusão. O presidente do banco inglês procurou todo o tempo
mostrar que a fusão com os holandeses do ABN era a única alternativa ao completo fatiamento do banco no mundo.
Com um lucro de R$ 2 bilhões no ano passado, o ABN
Real tem no Brasil um dos
maiores retornos no mundo. A
operação brasileira desperta
interesse dos principais bancos
nacionais e estrangeiros, especialmente do espanhol Santander, do britânico HSBC e do
americano Citibank, que nunca
comprou um banco no Brasil.
"Esse mesmo atrativo que
exerceu sobre eventuais outros
compradores exerceu também
sobre o Barclays, que é agora
quem está no jogo. E com eles a
conversa foi a de que a unidade
brasileira não será vendida",
disse Fábio Barbosa, presidente do ABN Real no Brasil.
Barbosa afirmou que o corte
de 10% dos trabalhadores não
terá impacto no país. "No Brasil, não há sobreposição entre o
Barclays e o ABN", disse.
Para o presidente do ABN no
Brasil, a operação deve ser concretizada no segundo semestre
e não terá impacto no país.
"Tudo continua como está
para clientes, fornecedores e
funcionários. No momento, essa [proposta do Barclays] é a
melhor proposta. Pelo menos, é
o que o "board" está dizendo aos
acionistas. Obviamente que há
possibilidade de alguma mudança. Mas isso parece estar
bem encaminhado", disse Barbosa.
As operações do ABN no Brasil são avaliadas pelo mercado
em R$ 30 bilhões. No país, um
dos principais interessados no
ABN era o Santander, que integrou um consórcio internacional para comprá-lo. Com o banco espanhol, o ABN somaria
ativos de R$ 221,28 bilhões e
passaria o Bradesco no posto de
maior banco privado brasileiro,
segundo o Banco Central.
O ABN Real tem no Brasil
presença significativa no segmento premium do varejo, o
que interessa aos brasileiros
Bradesco e Itaú, além do Santander e do HSBC. A financeira
Aymoré é uma das maiores no
segmento de veículos. O ABN
Real tem ainda fundos de investimento de prestígio e uma
carteira de peso entre empresas médias, segmentos atrativos a HSBC e Citibank, que é
conselheiro do Barclays.
Na sexta passada, o "Times"
de Londres afirmava que o
HSBC espera o fim da disputa
pelo ABN para fazer oferta pelas operações no Brasil. Junto
do ABN Real, o HSBC somaria
ativos de R$ 179,10 bilhões no
Brasil e passaria o Santander. O
HSBC no Brasil preferiu não
comentar os rumores.
(TS)
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