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Lula pede que não se fale mais de crise
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou
ontem que é preciso "parar de falar em crise".
"Precisamos pensar o pós-crise", disse, em Buenos
Aires, após reunião com a
presidente da Argentina,
Cristina Kirchner.
Lula destacou que não
quer passar "otimismo
exagerado" com a mensagem. "Sempre disse que
metade dessa crise era pânico e a outra, real." Afirmou que os EUA "estão
em situação hoje pior do
que qualquer país menor".
O presidente criticou o
FMI (Fundo Monetário
Internacional), que reduziu as previsões de crescimento de Brasil (-1,3%) e
Argentina (-1,5%) para este ano.
"Se fossem tão fiscalizadores das finanças mundiais como foram da Argentina e do Brasil, saberíamos da crise dois anos
antes. O Brasil só deu certo quando foi dono do seu
nariz", disse Lula.
Os presidentes de Brasil
e Argentina voltaram a minimizar o mau momento
da relação comercial entre
os países, com queda de
50% no intercâmbio bilateral em 2009 e acusações
mútuas de protecionismo.
Os países acertaram a
ampliação, de US$ 120 milhões, para US$ 1,5 bilhão,
do Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos,
um instrumento de cobrança de dívidas garantidas pelos bancos centrais.
Também definiram a expansão do sistema de pagamentos em moeda local
para benefícios previdenciários, para que aposentados brasileiros e argentinos que vivem no país vizinho possam receber sem
pagar tarifas bancárias
nem perder recursos pela
conversão cambial.
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