São Paulo, sexta-feira, 24 de abril de 2009

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Lula pede que não se fale mais de crise

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que é preciso "parar de falar em crise". "Precisamos pensar o pós-crise", disse, em Buenos Aires, após reunião com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Lula destacou que não quer passar "otimismo exagerado" com a mensagem. "Sempre disse que metade dessa crise era pânico e a outra, real." Afirmou que os EUA "estão em situação hoje pior do que qualquer país menor".
O presidente criticou o FMI (Fundo Monetário Internacional), que reduziu as previsões de crescimento de Brasil (-1,3%) e Argentina (-1,5%) para este ano.
"Se fossem tão fiscalizadores das finanças mundiais como foram da Argentina e do Brasil, saberíamos da crise dois anos antes. O Brasil só deu certo quando foi dono do seu nariz", disse Lula.
Os presidentes de Brasil e Argentina voltaram a minimizar o mau momento da relação comercial entre os países, com queda de 50% no intercâmbio bilateral em 2009 e acusações mútuas de protecionismo.
Os países acertaram a ampliação, de US$ 120 milhões, para US$ 1,5 bilhão, do Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos, um instrumento de cobrança de dívidas garantidas pelos bancos centrais. Também definiram a expansão do sistema de pagamentos em moeda local para benefícios previdenciários, para que aposentados brasileiros e argentinos que vivem no país vizinho possam receber sem pagar tarifas bancárias nem perder recursos pela conversão cambial.


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