São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 2005

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Meta principal é escoamento de grãos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A viabilidade da nova Transnordestina está ligada ao desempenho do agronegócio nas regiões sudeste do Piauí e do Maranhão e oeste da Bahia. É o crescimento dessa produção que dará volume de carga e rentabilidade para a ferrovia. Eventual recuo poderá significar prejuízos.
Nos estudos feitos para embasar o projeto, ficou constatado que, na região a ser atingida, a produção de grãos aumentou cinco vezes em dez anos e tem taxa de expansão de 17,3% ao ano. A safra 2003/4 foi de 5,3 milhões de toneladas, e a perspectiva para a safra 2010/11 é de 16,3 milhões de toneladas. A aposta é na soja. A nova Transnordestina deverá ter capacidade anual para transportar 30 milhões de toneladas.
No futuro, se os trechos da ferrovia Norte-Sul que ligam Araguaína (TO) a Estreito (MA) e Anápolis (GO) a Santa Isabel/Ceres (GO) forem construídos, a aposta do governo é em uma ligação das áreas produtoras do Centro-Oeste com os portos do Nordeste, via Transnordestina.
Essa ligação poderia ajudar a escoar, com competitividade, a crescente produção de grãos do país. A safra nacional de soja duplicou nos últimos cinco anos e, segundo os estudos feitos no projeto da Transnordestina, poderá duplicar novamente até 2010.
A produção nacional de algodão aumentou 2,3 vezes em seis anos e poderá crescer mais 2,6 vezes até 2010. A de milho aumentou 30% nos últimos seis anos e tem perspectivas de crescer 46,4% até 2010. As opções atuais de logística para o escoamento da produção, segundo o estudo, não darão conta desse crescimento.
Além dos grãos, foco principal da ferrovia, os investidores pretendem também tirar proveito da carga gerada pela produção de gipsita (mineral que dá origem ao gesso) em Pernambuco, na região de Araripina, com média de crescimento de 10% ao ano.
O estudo aponta ainda para a viabilização da produção de álcool no Maranhão e no Piauí, com possibilidade de exportação. Nos últimos dez anos, houve aumento de três vezes na produção, com crescimento de 12,1% ao ano.
É destacada também a possibilidade de aumento da produção de frutas no Vale do São Francisco, que poderia chegar a 125 mil toneladas em 2010. Além disso, a ferrovia seria fonte de demanda para a produção de biodiesel (produção de diesel por meio da mamona, palma e outras plantas oleaginosas), um programa que vem sendo incentivado pelo governo com isenções fiscais.


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