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Meta principal é escoamento de grãos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A viabilidade da nova Transnordestina está ligada ao desempenho do agronegócio nas regiões
sudeste do Piauí e do Maranhão e
oeste da Bahia. É o crescimento
dessa produção que dará volume
de carga e rentabilidade para a
ferrovia. Eventual recuo poderá
significar prejuízos.
Nos estudos feitos para embasar
o projeto, ficou constatado que,
na região a ser atingida, a produção de grãos aumentou cinco vezes em dez anos e tem taxa de expansão de 17,3% ao ano. A safra
2003/4 foi de 5,3 milhões de toneladas, e a perspectiva para a safra
2010/11 é de 16,3 milhões de toneladas. A aposta é na soja. A nova
Transnordestina deverá ter capacidade anual para transportar 30
milhões de toneladas.
No futuro, se os trechos da ferrovia Norte-Sul que ligam Araguaína (TO) a Estreito (MA) e
Anápolis (GO) a Santa Isabel/Ceres (GO) forem construídos, a
aposta do governo é em uma ligação das áreas produtoras do Centro-Oeste com os portos do Nordeste, via Transnordestina.
Essa ligação poderia ajudar a escoar, com competitividade, a
crescente produção de grãos do
país. A safra nacional de soja duplicou nos últimos cinco anos e,
segundo os estudos feitos no projeto da Transnordestina, poderá
duplicar novamente até 2010.
A produção nacional de algodão aumentou 2,3 vezes em seis
anos e poderá crescer mais 2,6 vezes até 2010. A de milho aumentou 30% nos últimos seis anos e
tem perspectivas de crescer 46,4%
até 2010. As opções atuais de logística para o escoamento da produção, segundo o estudo, não darão conta desse crescimento.
Além dos grãos, foco principal
da ferrovia, os investidores pretendem também tirar proveito da
carga gerada pela produção de
gipsita (mineral que dá origem ao
gesso) em Pernambuco, na região
de Araripina, com média de crescimento de 10% ao ano.
O estudo aponta ainda para a
viabilização da produção de álcool no Maranhão e no Piauí, com
possibilidade de exportação. Nos
últimos dez anos, houve aumento
de três vezes na produção, com
crescimento de 12,1% ao ano.
É destacada também a possibilidade de aumento da produção de
frutas no Vale do São Francisco,
que poderia chegar a 125 mil toneladas em 2010. Além disso, a ferrovia seria fonte de demanda para
a produção de biodiesel (produção de diesel por meio da mamona, palma e outras plantas oleaginosas), um programa que vem
sendo incentivado pelo governo
com isenções fiscais.
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