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TELECOMUNICAÇÕES
Grupo planeja adquirir participação de Citibank e fundos de pensão
Telefônica mira a Brasil Telecom
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
A cúpula do grupo Telefônica
acompanha com atenção a movimentação de acionistas da Telemar para comprar a participação
do Citibank e dos fundos de pensão na concessionária de telefonia
fixa Brasil Telecom. Além da Telemar, há informação de que o grupo Portugal Telecom está em conversação com o Citibank.
Segundo a Folha apurou, executivos da Telefônica estiveram
duas vezes com autoridades em
Brasília para expor a preocupação
de que a transferência do controle
acionário da Brasil Telecom seja
"um jogo limpo", segundo resumiu uma fonte da empresa.
Nos encontros com o governo, a
Telefônica disse que só não está
disputando o controle acionário
da Brasil Telecom porque entende que não há autorização legal
para que um mesmo grupo acionista acumule o controle de duas
concessionárias de telefonia fixa.
A Lei Geral de Telecomunicações, de 1997, proibiu explicitamente a duplicidade de concessões por cinco anos após a privatização do Sistema Telebras, prazo
que se esgotou em julho de 2003.
Passado esse período, diz a lei, a
decisão fica a critério da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações), que pode manter a
proibição enquanto considerá-la
necessária para o cumprimento
do Plano Geral de Outorgas, que
desenhou o modelo para competição de serviços no mercado.
Até o momento, não houve manifestação oficial da Anatel no
sentido de admitir o controle de
duas concessionárias de telefonia
fixa local por um mesmo acionista. Nos contatos com o governo, a
Telefônica manifestou receio de
que sua concorrente Telemar venha a se beneficiar de um eventual
posicionamento da Anatel sobre
o assunto, a essa altura dos acontecimentos.
Segundo a Telefônica, se houver
o entendimento de que a Brasil
Telecom pode ser vendida a outra
concessionária, ela quer estar no
páreo, pois o país é mercado estratégico para o grupo Telefônica.
Acionistas da Telemar, em conversas reservadas, admitem a
existência de negociações com o
Citibank e com os fundos de pensão. Eles chegaram a fazer uma
proposta de compra não só da rede de telefonia fixa mas também
da operação de telefonia móvel da
Brasil Telecom, que conta com 1
milhão de assinantes. Os acionistas não dão detalhes da negociação, mas dizem ter um plano que
"equaciona" os problemas legais.
Pessoas ligadas a acionistas da
Telemar disseram que as negociações com o Citibank pararam desde a divulgação do acordo da Telecom Italia com o banqueiro Daniel Dantas.
Pelo acordo, o grupo italiano
volta ao bloco de acionistas controladores da Brasil Telecom, do
qual havia se afastado -em caráter temporário, em 2002- e a
operação de telefonia móvel da
Brasil Telecom é absorvida pela
TIM Brasil, do grupo Telecom Italia. O acordo está suspenso por liminares judiciais obtidas pelos
fundos de pensão, no Brasil, e pelo Citibank, em Nova York.
No entendimento de acionistas
da Telemar, a Brasil Telecom perde parte expressiva de seu valor
sem a operação de telefonia móvel.
Uma das razões alegadas pela
Telecom Italia para fechar o acordo com Daniel Dantas foi a descoberta de que o Citibank -com
quem vinha negociando desde o
final do ano passado- também
negociava com a Telemar e a Portugal Telecom.
O grupo português é sócio da
Telefônica na empresa de telefonia celular Vivo, na qual cada um
tem participação de 50%. Executivos da Telefônica consideram
"coerente" a versão que circula no
mercado de que os portugueses
venderiam sua participação na
Vivo ao sócio espanhol para poderem comprar a Brasil Telecom.
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