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Modelo deve ser misto de concessões e partilha
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo modelo de exploração do petróleo no país será um
misto de concessões e partilha
de produção. Caberá ao CNPE
(Conselho Nacional de Política
Energética) definir qual sistema será aplicado em cada campo a ser explorado no país.
A decisão será tomada de
acordo com o risco de cada
área. Onde houver mais chances de achar petróleo a partilha
deve ser adotada. Dessa forma,
o governo tem acesso garantido
ao resultado da exploração.
A tendência é que praticamente toda a área do pré-sal
ainda não leiloada seja explorada pelo sistema de partilha.
Uma parcela de cada bloco nessa área ficaria com a futura estatal. O restante seria leiloado
entre as petroleiras interessadas em se associar ao governo.
Ainda está em discussão a
possibilidade de permitir que a
estatal escolha a Petrobras para
ser operadora em alguns campos sem licitação, mas a proposta tem perdido força. A tendência é manter o modelo atual
de licitação, por ser considerado mais transparente.
Para garantir incentivo à indústria nacional, o novo modelo pode exigir que as petroleiras
vencedoras dos leilões contratem parte de suas encomendas
de empresas brasileiras.
Nas regiões em que a existência de petróleo for incerta, a
concessão deve ser o modelo
preferencial para que a União
possa dividir o risco.
A capitalização da Petrobras
com áreas vizinhas às já exploradas pela estatal na província
do pré-sal já foi descartada pela
comissão interministerial que
analisa o tema e só será revista
no caso de uma ordem de Lula.
Apesar da insistência da empresa por essas reservas, o grupo de ministros que elaborou a
proposta do pré-sal considerou
a solução muito complicada.
Seriam necessários ao menos
dois anos até que a Petrobras
pudesse terminar os testes exploratórios, calcular o tamanho
das reservas e seu valor. Isso levaria a discussão para as vésperas da eleição presidencial.
Além disso, o governo também ponderou que a avaliação
feita poderia enfrentar questionamentos judiciais pelos acionistas minoritários da estatal,
inviabilizando a ideia.
Atualmente, dos 112.000 km2
da província do pré-sal, 41.000
km2 (38%) já foram leiloados.
Desse total, a Petrobras detém
35.000 km2.
Em sua defesa, a Petrobras
argumenta que hoje já está fazendo investimentos pesados
para explorar as áreas em seu
poder no pré-sal, dificultando
sua participação em futuros
leilões. Por isso, insiste na proposta de capitalização ou, então, no modelo que permitiria
ser escolhida como operadora
pela futura estatal sem necessidade de licitação.
(VC e LP)
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