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Para consultor, terceirização de serviços compromete qualidade
DA REPORTAGEM LOCAL
A fiscalização da Anatel sobre
as metas de qualidade das operadoras ocorre em várias etapas.
Quando uma operadora não
cumpre determinada meta, a própria empresa informa a agência
do fato. Ou então são os técnicos
da Anatel que verificam o não-cumprimento da obrigação.
A partir daí, a Anatel abre um
Pado (Processo Administrativo
de Desempenho Operacional),
que dá direito à companhia justificar por que não atingiu a meta
determinada e o que está fazendo
para melhorar o serviço.
Caso a Anatel e a operadora não
cheguem a um entendimento, a
agência pode emitir então uma
advertência para a empresa. Se a
situação não melhorar, os técnicos têm a opção então de emitir
uma multa. O valor da punição
pode chegar a R$ 40 milhões.
Funcionamento ruim
Apesar de aparentemente ser
bem organizado, o sistema de
controle de qualidade da Anatel
não mostra sinais de estar funcionando corretamente desde o ano
passado. A emissão de Pados parece ter se tornado uma rotina,
mas uma executiva de uma grande operadora afirma que sua empresa tem um departamento criado especificamente para responder aos processos da Anatel. Sem
que isso tenha acarretado em
multas para a companhia desde o
ano passado.
Para Virgilio Freire, da Brisa, a
queda de qualidade nos serviços
das operadoras está relacionada
também à política de terceirização dos serviços de manutenção.
"É uma política totalmente
equivocada das operadoras. Isso
não garantirá a melhora da qualidade dos serviços. Os trabalhadores terceirizados não têm um
compromisso de garantir que falhas em determinada linha não
venham a ocorrer pouco tempo
depois do conserto", avalia Freire.
Força própria
Segundo o consultor, para mudar a atual situação dos serviços,
as operadoras deveriam optar por
trabalhar com força de trabalho
da própria empresa, que ficaria
responsável pela garantia da qualidade de determinada região de
uma cidade. "Assim, não haveria
transferência de trabalhadores
para outras áreas nos momentos
de suposta ociosidade. Os funcionários deveriam aproveitar esses
momentos para fazer a prevenção
de falhas na rede", afirma Freire.
Imagem prejudicada
Para Freire, os índices abaixo do
determinado pela Anatel nos serviços das operadoras acabam prejudicando a própria imagem das
empresas. "O contato com o
cliente é a hora da verdade para
uma empresa. É quando o usuário reconhece que está sendo bem
atendido ou não por uma companhia."
(LV)
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