São Paulo, sábado, 24 de agosto de 2002

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BNDES revê crédito para exportador

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), cedeu às pressões do mercado bancário e reexaminará, na reunião de diretoria de segunda-feira, os limites de crédito dos bancos que repassam às empresas os recursos do banco estatal.
A ampliação dos limites é uma reivindicação dos bancos, dada a grande quantidade de consultas que têm recebido para financiar exportadores com recursos da linha especial de curto prazo criada esta semana pelo BNDES.
O objetivo do banco é substituir os financiamentos aos exportadores normalmente feitos pelos bancos privados externos.
Mesmo com a nova linha, que terá R$ 2 bilhões, mas que poderá chegar a R$ 7 bilhões, o BNDES não está convencido de que seja necessário o aumento do limite da quantia que cada banco credenciado pode repassar.
O diretor da Área Financeira do BNDES, Isaac Zagury, chegou a dizer à Folha que, em uma primeira avaliação, a direção concluíra que os bancos tinham folga suficiente para operar dentro dos limites atuais.
Diante das pressões e preocupado em evitar que parte das empresas possa ficar sem crédito, o BNDES decidiu deixar a decisão final para segunda-feira.
O limite de recursos do BNDES que cada banco credenciado como seu agente no mercado pode repassar depende de uma avaliação semestral. Os atuais limites foram revistos neste mês.
São levados em conta tanto dados dos balanços dos bancos -o risco final do empréstimo é do agente repassador- quanto aspectos do relacionamento do agente com o BNDES.

Unibanco
O diretor da Área de Repasses do Unibanco, Francisco Crema, disse que chegou a procurar o BNDES para discutir o aumento do limite, mas não mostrou animação com a possibilidade de alcançar o objetivo. "Não senti da parte do BNDES nenhuma motivação para fazer isso", afirmou.
Segundo Crema, o fato de os limites terem sido estabelecidos neste mês torna difícil a revisão. Diz que o Unibanco está "com certa folga", mas admitiu que outros bancos podem estar com dificuldades para atender os clientes.
O diretor do Unibanco disse que recebeu cerca de 20 consultas para fazer financiamentos na nova linha e que quatro delas, no total de US$ 20 milhões, já se transformaram em pedidos.
Crema afirmou que cerca de 90% das solicitações vêm de grandes empresas e que o financiamento com o dinheiro do BNDES sai cerca de 4% ao ano mais barato do que as linhas tradicionais de crédito à exportações.


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