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BNDES revê crédito para exportador
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social), cedeu às pressões do mercado bancário e reexaminará, na
reunião de diretoria de segunda-feira, os limites de crédito dos
bancos que repassam às empresas
os recursos do banco estatal.
A ampliação dos limites é uma
reivindicação dos bancos, dada a
grande quantidade de consultas
que têm recebido para financiar
exportadores com recursos da linha especial de curto prazo criada
esta semana pelo BNDES.
O objetivo do banco é substituir
os financiamentos aos exportadores normalmente feitos pelos bancos privados externos.
Mesmo com a nova linha, que
terá R$ 2 bilhões, mas que poderá
chegar a R$ 7 bilhões, o BNDES
não está convencido de que seja
necessário o aumento do limite da
quantia que cada banco credenciado pode repassar.
O diretor da Área Financeira do
BNDES, Isaac Zagury, chegou a
dizer à Folha que, em uma primeira avaliação, a direção concluíra que os bancos tinham folga
suficiente para operar dentro dos
limites atuais.
Diante das pressões e preocupado em evitar que parte das empresas possa ficar sem crédito, o
BNDES decidiu deixar a decisão
final para segunda-feira.
O limite de recursos do BNDES
que cada banco credenciado como seu agente no mercado pode
repassar depende de uma avaliação semestral. Os atuais limites
foram revistos neste mês.
São levados em conta tanto dados dos balanços dos bancos -o
risco final do empréstimo é do
agente repassador- quanto aspectos do relacionamento do
agente com o BNDES.
Unibanco
O diretor da Área de Repasses
do Unibanco, Francisco Crema,
disse que chegou a procurar o
BNDES para discutir o aumento
do limite, mas não mostrou animação com a possibilidade de alcançar o objetivo. "Não senti da
parte do BNDES nenhuma motivação para fazer isso", afirmou.
Segundo Crema, o fato de os limites terem sido estabelecidos
neste mês torna difícil a revisão.
Diz que o Unibanco está "com
certa folga", mas admitiu que outros bancos podem estar com dificuldades para atender os clientes.
O diretor do Unibanco disse
que recebeu cerca de 20 consultas
para fazer financiamentos na nova linha e que quatro delas, no total de US$ 20 milhões, já se transformaram em pedidos.
Crema afirmou que cerca de
90% das solicitações vêm de grandes empresas e que o financiamento com o dinheiro do BNDES sai cerca de 4% ao ano mais barato do que as linhas tradicionais de crédito à exportações.
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