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REUNIÃO COM BANQUEIROS
Na 2ª, o ministro e Armínio irão se reunir com bancos estrangeiros
Encontro não é o Dia D, diz Malan
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, disse ontem que o país
não deve esperar um Dia D do
encontro que ele e o presidente
do Banco Central, Armínio Fraga, manterão na segunda-feira
com representantes de bancos
privados europeus, norte-americanos e asiáticos, na sede de
Nova York do Fed (o banco central dos EUA).
Malan e Fraga tentarão convencer os representantes desses
bancos a retomarem as linhas
de crédito para o financiamento
das empresas brasileiras, principalmente as exportadoras.
"Vamos virar esse jogo. Não
será uma coisa dramática [a
reunião". Não será aquele evento que todos procuram, o Dia D,
em que as coisas mudam de um
dia para o outro. Mas um processo gradual [a retomada das
linhas de crédito", no qual temos plena confiança de que vai
acontecer", disse o ministro, em
entrevista no final da tarde de
ontem, em São Paulo.
No encontro, os dois estarão
acompanhados do diretor do
Departamento de Hemisfério
Ocidental do Fundo Monetário
Internacional, o indiano Anoop
Singh. "Ele estará lá para responder eventuais perguntas sobre como o Fundo analisa a situação", afirmou o ministro.
Ao ser indagado sobre o que
dirão aos banqueiros, Malan argumentou que ele e Fraga farão
uma apresentação sobre como o
Brasil analisa ""a situação da economia mundial e sobre os avanços que o país obteve nos âmbitos econômicos e políticos".
"O encontro do presidente
com os candidatos na última semana foi uma enorme demonstração de maturidade política",
afirmou, em alusão ao fato de os
candidato terem, direta ou indiretamente, ratificado os preceitos de respeito aos acordos firmados e de austeridade fiscal.
O ministro sustentou não ser
correta a percepção de que há
um movimento generalizado
para a diminuição de "exposição" (dos bancos) no Brasil.
"Precisamos levar em conta que
estamos em um cenário de elevada aversão ao risco em todo o
mundo, vários desses bancos
perderam com o default [calote"
argentino", disse Malan.
Pouco antes, quando de seu
pronunciamento em seminário
sobre as perspectivas econômicas para o Brasil, o ministro defendeu que, a despeito da crise,
o governo FHC estabeleceu o
que chamou de ""bases de confiança". Essas seriam as políticas
fiscal, monetária e cambial.
No discurso, Malan disse que
o país enfrenta um ""medo contagioso" por conta da aversão
ao risco. Depois, por três vezes,
usaria a expressão ""medo que
assalta alguns corações, mentes
e nervos mais fracos" ao tratar
de temas como dívida pública
-que considerou manejável.
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