São Paulo, sábado, 24 de agosto de 2002

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REUNIÃO COM BANQUEIROS

Na 2ª, o ministro e Armínio irão se reunir com bancos estrangeiros

Encontro não é o Dia D, diz Malan

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ontem que o país não deve esperar um Dia D do encontro que ele e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, manterão na segunda-feira com representantes de bancos privados europeus, norte-americanos e asiáticos, na sede de Nova York do Fed (o banco central dos EUA).
Malan e Fraga tentarão convencer os representantes desses bancos a retomarem as linhas de crédito para o financiamento das empresas brasileiras, principalmente as exportadoras.
"Vamos virar esse jogo. Não será uma coisa dramática [a reunião". Não será aquele evento que todos procuram, o Dia D, em que as coisas mudam de um dia para o outro. Mas um processo gradual [a retomada das linhas de crédito", no qual temos plena confiança de que vai acontecer", disse o ministro, em entrevista no final da tarde de ontem, em São Paulo.
No encontro, os dois estarão acompanhados do diretor do Departamento de Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional, o indiano Anoop Singh. "Ele estará lá para responder eventuais perguntas sobre como o Fundo analisa a situação", afirmou o ministro.
Ao ser indagado sobre o que dirão aos banqueiros, Malan argumentou que ele e Fraga farão uma apresentação sobre como o Brasil analisa ""a situação da economia mundial e sobre os avanços que o país obteve nos âmbitos econômicos e políticos".
"O encontro do presidente com os candidatos na última semana foi uma enorme demonstração de maturidade política", afirmou, em alusão ao fato de os candidato terem, direta ou indiretamente, ratificado os preceitos de respeito aos acordos firmados e de austeridade fiscal.
O ministro sustentou não ser correta a percepção de que há um movimento generalizado para a diminuição de "exposição" (dos bancos) no Brasil. "Precisamos levar em conta que estamos em um cenário de elevada aversão ao risco em todo o mundo, vários desses bancos perderam com o default [calote" argentino", disse Malan.
Pouco antes, quando de seu pronunciamento em seminário sobre as perspectivas econômicas para o Brasil, o ministro defendeu que, a despeito da crise, o governo FHC estabeleceu o que chamou de ""bases de confiança". Essas seriam as políticas fiscal, monetária e cambial.
No discurso, Malan disse que o país enfrenta um ""medo contagioso" por conta da aversão ao risco. Depois, por três vezes, usaria a expressão ""medo que assalta alguns corações, mentes e nervos mais fracos" ao tratar de temas como dívida pública -que considerou manejável.


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