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APAGÃO
Recursos deverão cobrir perdas
Governo retira subsídio de energia alternativa
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo pretende usar recursos que, por lei, seriam destinados
a subsidiar a geração de energia
por meio de fontes alternativas
(eólica, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa) para que as
distribuidoras de energia reponham as perdas que alegam ter
com o aumento do número de
consumidores de baixa renda
-que pagam tarifas menores pelo fornecimento de energia.
A solução foi a alternativa encontrada pelo governo para evitar
novos aumentos extraordinários
de tarifa, que estavam estimados
entre 2% e 3% no Sudeste e Centro-Oeste e entre 10% e 11% no
Nordeste. A Folha apurou que a
medida será adotada por medida
provisória.
Os recursos para energia alternativa, que agora vão repor perdas das empresas, viriam da CDE
(Conta de Desenvolvimento
Energético). A CDE foi criada na
lei 10.438 (sancionada em abril).
Essa mesma lei definiu como consumidores de baixa renda todos
os que gastam até 80 kWh/mês.
Antes, cada distribuidora tinha o
seu critério. A nova definição, segundo as distribuidoras, aumenta
muito o número de consumidores de baixa renda.
O governo já anunciara um empréstimo com fundos do próprio
setor elétrico para as distribuidoras. Agora quer resolver o problema de forma permanente com os
recursos da CDE. O gasto para
ressarcir as distribuidoras é estimado em R$ 40 milhões por mês.
"Como o presidente [Fernando
Henrique Cardoso" vai explicar
isso nas conferências de meio ambiente?", questiona o deputado
José Carlos Aleluia (PFL-BA), relator da lei 10.438. O uso dos recursos para ressarcir as distribuidoras foi "um equívoco", afirma o
deputado.
Além de subsidiar a energia alternativa, a CDE deveria, pela lei,
financiar energia produzida com
carvão mineral nacional, gás natural e a universalização (aumento da quantidade de pessoas com acesso à energia elétrica).
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