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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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Refino de petróleo é o que mais propaga vagas

DA REPORTAGEM LOCAL

As montadoras de veículos não são grandes criadoras de empregos diretos e indiretos se estimuladas, como mostra ranking do BNDES que identifica os setores com maior ou menor potencial de abrir novas vagas. Mas, considerando só o setor industrial, essas companhias estão entre as três com mais condições de multiplicar empregos, segundo estudo elaborado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
A indústria de automóveis, caminhões e ônibus ocupa a terceira colocação em um ranking de 16 setores industriais com potencial de multiplicar o número de vagas. Para cada emprego criado nesse setor, são abertas outras 9,3 vagas em outros setores, segundo a UFRJ. A primeira colocada é a indústria de refino de petróleo -a cada emprego criado no setor, outros 20,3 são abertos em outros setores. Em segundo lugar aparece a indústria de óleos vegetais -a cada emprego criado, outros 12,5 são abertos em outros setores.
As indústrias com menor potencial de multiplicar empregos no país são a farmacêutica e de perfumaria, a de borracha e a de autopeças. Para cada emprego criado nesses setores, são abertas 3,3 vagas em outros.
David Kupfer, coordenador do grupo de Indústria e Competitividade do Instituto de Economia da UFRJ, que elaborou o ranking, informa que o multiplicador de emprego é maior nos setores que utilizam mão-de-obra intensa na fabricação do seu insumo.
Exemplo: a indústria de óleo de soja é de capital intensivo, portanto emprega pouco. Só que ela é grande consumidora de soja -a produção do grão é intensiva em mão-de-obra. A indústria de borracha, diz Kupfer, não é grande multiplicadora de emprego porque compra insumo da indústria química, que emprega pouco.
Apesar de alguns setores industriais terem potencial de multiplicar empregos, as indústrias estão a cada ano perdendo a capacidade de empregar. "A busca da modernização e da competitividade é contínua, e o emprego vai sempre sofrer os efeitos disso", afirma Kupfer.
A indústria, na sua análise, tende a ter cada vez menos capacidade de absorção de emprego. "O emprego terá de ser criado primordialmente no setor de serviços. Para minimizar o impacto na indústria, deve haver políticas compensatórias do governo." O programa Primeiro Emprego do governo Lula, diz, segue essa linha. (FF)

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