DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A corrupção e o financiamento ao terror às vezes usam os mesmos mecanismos para a lavagem de dinheiro, afirmou ontem Daniel Glaser, subsecretário em exercício do Departamento do Tesouro dos EUA para Combate ao Financiamento do Terrorismo e a Crimes Financeiros.
"Algumas vezes sim, outras vezes não", disse Glaser, ao ser questionado se as duas atividades ilícitas usam os mesmos canais no Brasil e na América Latina. "Certamente, ambos procuram se aproveitar de transações anônimas em redes de financiamento que não são transparentes, já que, em nenhum dos casos, esses indivíduos querem que as autoridades descubram a origem ou o destino das transações."
Glaser se recusou a comentar as denúncias de lavagem de dinheiro surgidas durante a crise do "mensalão" ao dizer que não era o tema de sua visita. Afirmou, no entanto, que o Brasil dispõe de "instituições sólidas" para lidar com a atual crise.
Ele disse que sua viagem a Brasília, onde manteve encontros no Ministério da Fazenda, na Receita Federal e em outros órgãos públicos, faz parte de um giro pela América do Sul para tratar de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
Para Glaser,a região da Tríplice Fronteira continua sendo uma preocupação, "mas certamente não é a única região da América do Sul onde pode haver financiamento ao terror".
Como é de praxe em visitas de representantes norte-americanos à região, não faltaram elogios ao Brasil. (FABIANO MAISONNAVE)


Texto Anterior: Operação Cevada: Ministério Público não fala mais em datas para denunciar Schincariol
Próximo Texto: Tributos: Câmara estende benefícios da "MP do Bem"
Índice