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TRIBUTOS
Setores de energia elétrica, laticínios e jóias e taxistas obtêm isenção fiscal no texto-base; mudanças ainda serão votadas
Câmara estende benefícios da "MP do Bem"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados aprovou ontem o texto-base da medida provisória batizada de "MP do
Bem", que reduziu a tributação
sobre diversos setores -e o rol
dos beneficiados foi ampliado pelos deputados.
A MP foi concebida para isentar
das contribuições federais PIS e
Cofins os investimentos feitos por
empresas que exportam ao menos 80% de sua produção e exportadoras de software em geral.
Depois de uma série de lobbies
empresariais e da fragilização do
governo pela crise política, o texto
editado em junho acabou mais
amplo que o previsto: incluiu, entre outros, o setor imobiliário, a
previdência privada, programas
de inclusão digital e inovação tecnológica e empresas com sede em
regiões pobres.
Na Câmara, a pressão continuou, e a MP recebeu 443 propostas de mudança. Para viabilizar a
aprovação da medida, o governo
concordou com várias reivindicações de políticos e empresários.
No texto do relator Custódio
Mattos (PSDB-MG), aprovado
ontem, a inovação que implicará
maior perda de receita no ano que
vem é a redução, de 24 para 18
meses, do prazo para a compensação de créditos tributários decorrentes de investimentos.
Ao adquirir uma máquina ou
outro equipamento destinado a
ampliar sua capacidade produtiva, o empresário tem direito a receber do fisco o PIS e a Cofins embutidos no custo do produto. A
medida, segundo o governo, provocará uma perda anual de arrecadação de R$ 600 milhões.
Também foi alterada a regra
criada pela MP para atenuar a cobrança do IR de 15% sobre o ganho de capital na venda de imóveis: um redutor de 0,35% para
0,6% para cada mês entre a compra e a venda do imóvel.
O redutor passará para 0,6%
mensal no período entre 1996 e a
data da transformação da "MP do
Bem" em lei -ou seja, após a
aprovação do Congresso e a sanção presidencial. Para os meses
seguintes, vale o 0,35%.
A Câmara também aprovou variados benefícios tributários para
setores como energia elétrica, laticínios, taxistas, jóias. Em compensação, a Receita conseguiu incluir no texto medidas para combater o planejamento tributário e
elevar a arrecadação. No texto original, esperava-se uma renúncia
fiscal de R$ 3,3 bilhões em 2006.
A votação das propostas de modificação da MP ficou para hoje.
Depois, o texto vai ao Senado.
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