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Taxa média de fundos é a maior desde 2000
Apesar do nível recorde do patrimônio, tarifas de administração aumentam de 2,425% em 2004 para 2,558% em 2006
Fundo de ações é a categoria que cobra a mais alta taxa de administração dos cotistas, com uma média de 3,52% registrada em 2006
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de fundos nunca
teve tanto dinheiro para gerir
-o patrimônio está no nível recorde de R$ 1,057 trilhão. Porém, se a oferta de produtos e a
procura de investidores nunca
foi tão expressiva, as taxas de
administração, na média, não
têm caído.
Levantamento feito pelo
Centro de Finanças da FGV a
pedido da Folha mostra que as
taxas médias de administração
cobradas pelas instituições que
gerem aplicações financeiras
têm até crescido nos últimos
anos. De 2004 para 2006, a taxa média cobrada nos fundos
de varejo foi de 2,425% para
2,558% anuais -a maior média
desde 2000.
Mas, apesar de a média apontar elevação, o investidor não
deve se esquecer de que há fundos que tiveram redução em
suas taxas de administração
nos últimos anos e outros que
podem ter tido crescimento de
forma mais expressiva.
Foram considerados no estudo os maiores gestores de recursos de terceiros, em uma representação de aproximadamente 80% do patrimônio líquido do mercado de fundos.
Apenas fundos abertos para
captação entraram na pesquisa, que abordou o período que
vai de 1998 a 2006.
A taxa de administração é
um valor que os cotistas de um
fundo de investimento têm de
pagar ao administrador da aplicação como uma forma de remunerar os gestores pelo serviço prestado. Essas taxas são fixadas livremente pelas instituições financeiras, por isso oscilam bastante, variando entre
cada categoria e de uma instituição a outra. De uma forma
geral, ficam entre 1% e 4%.
Por suas próprias características, os fundos de ações são os
campeões de taxas cobradas. A
média dessa categoria ficou em
3,520% no ano passado, ante
3,432% em 2005.
"Os fundos de ações dão mais
trabalho para os gestores e carregam maiores riscos, daí suas
taxas de administração costumarem ser mais elevadas", afirma William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV.
Apesar de terem subido um
pouco de 2005 a 2006, as taxas
de administração dos fundos
de ações praticadas em anos recentes eram bem maiores. Em
2001, a média chegou a 3,907%.
Outra categoria que demanda maior trabalho e agilidade
dos gestores é a de multimercados. Esses fundos têm como
particularidade poder aplicar
seu patrimônio em diversos
segmentos, como ações, títulos
que pagam juros e câmbio.
Mas as taxas de administração dos multimercados têm ficado bem abaixo das praticadas
nos fundos de ações. E, entre as
grandes categorias, têm aparecido como uma das que cobram
as menores taxas. Em 2006, os
multimercados praticavam taxa de administração média de
1,81% -a menor desde 2003.
Arquitetura dos fundos
"A taxa de administração
acaba sendo um componente
muito importante para o retorno do investidor, especialmente no longo prazo", avalia o administrador de investimentos
Fábio Colombo.
Cada fundo de investimento,
independentemente de seu tamanho ou de suas características, funciona como um clube.
Vários sócios se juntam e dividem os custos, pagando uma
mensalidade para ajudar a
mantê-lo em funcionamento.
No caso de uma aplicação financeira, os sócios são chamados de cotistas e a mensalidade
é a taxa de administração.
Os recursos que cada um deposita formam o patrimônio do
fundo, a ser administrado por
um gestor -especialista que
decide onde é melhor reinvestir o dinheiro do cotista. O gestor se atenta ao mercado diariamente -principalmente no caso de fundos de ações- atrás
das melhores oportunidades.
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