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Ação apreende R$ 1,5 mi em mercadorias na Paulista
Justiça Federal autoriza busca e apreensão em 147 boxes do shopping Paulista Center
Receita Federal e Secretaria da Fazenda paulista vão manter no Estado operação para coibir venda de produtos irregulares
CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Paulista Center, centro de
comércio popular localizado na
avenida Paulista, foi fechado
ontem durante ação da Receita
Federal e da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.
Foi apreendido o equivalente
a R$ 1,5 milhão em mercadorias
adquiridas e vendidas sem notas fiscais e que chegaram a lotar seis caminhões. O mandado
de busca e apreensão dos produtos foi expedido pela juíza
Paula Mantovani Avelino, da 1ª
Vara Federal Criminal da 1ª
Subseção de São Paulo.
A ação de ontem, que ocorreu
após meses de investigação, faz
parte da operação Anúbis (alusão a um deus egípcio que fazia
julgamento das boas e das más
ações) iniciada na semana passada no Estado de São Paulo
para combater pirataria, contrabando e descaminho. Na primeira fase, a fiscalização deu
enfoque ao transporte das mercadorias. Agora, ao comércio.
Até ontem, a operação já tinha
apreendido R$ 19,4 milhões em
mercadorias ilegais.
"Dos 147 boxes aqui instalados, 41 atuavam sem inscrição
estadual, comercializando produtos sem fornecer notas fiscais ou mercadorias importadas sem comprovar o pagamento de impostos", diz José
Clóvis Cabrera, diretor-executivo da Diretoria de Administração Tributária da Fazenda.
Os lojistas terão prazo de cinco dias para comprovar a regularidade das mercadorias, para
não perder os produtos.
Pela primeira vez, a Receita
usou um helicóptero na operação. "O monitoramento foi feito nos arredores do centro comercial e na região da avenida
Paulista. Isso porque o mandado de busca e apreensão nos
permitiu não apenas verificar
os boxes e as lojas, mas também
depósitos e estacionamentos
nas proximidades, usados para
guardar mercadorias que são
comercializadas aqui", diz Fábio Eduardo Boschi, delegado
da Receita em Araraquara.
Falsificação
Duas representantes legais
da marca Lacoste dizem que os
produtos vendidos no local são
pirateados. "O que era comercializado aqui é falso. A qualidade dos produtos e os preços
cobrados evidenciam isso", diz
a advogada Fabiana Schefer Sabatini. A Lacoste, segundo diz,
já encontrou na Grande São
Paulo quatro fábricas que pirateavam seus produtos e forneciam para centros populares.
A Folha visitou em julho e
agosto os boxes espalhados pelos dois andares do Paulista
Center e verificou que vários
estandes exibiam games "pirateados", bolsas falsificadas das
marcas Gucci, Prada, Kippling
e outras mercadorias.
Comerciantes e funcionários
dos boxes confirmaram à Folha, na ocasião, que "migraram" para o Paulista Center para tentar "fugir da fiscalização".
O local já chegou até ser fechado pela Prefeitura de São Paulo, durante ações que ocorreram desde a sua inauguração,
em setembro de 2007. Mas
uma liminar garantia seu funcionamento, segundo a Subprefeitura de Pinheiros.
Há quatro meses no Brasil, o
chinês A.K. disse que veio trabalhar vendendo eletroeletrônicos. À reportagem, ofereceu,
na ocasião da visita, uma
Cybershot Sony por R$ 350.
Quando questionado sobre a
procedência do produto, respondeu: "Damos garantia de
três meses com papel direto do
fabricante". A reportagem voltou a perguntar se esse documento era a nota fiscal original,
e ele desconversou: "É papel do
fabricante e vale por 90 dias".
Em outros dois estandes visitados, a reportagem verificou
que a concorrência era acirrada
para vender games "pirateados". Catálogos com as opções
de jogos copiados ficavam sobre o balcão dos boxes.
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