São Paulo, quinta-feira, 24 de setembro de 2009

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Bancários entram em greve em 18 Estados

Paralisação atinge bancos privados e públicos após impasse em negociação salarial; em São Paulo haverá passeata à tarde

Em Taubaté, metalúrgicos da Volks e Ford fizeram nova paralisação ontem para pressionar sindicato a buscar um reajuste maior

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TAUBATÉ

Bancários de 18 Estados e do Distrito Federal decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir de hoje, para pedir aumento real de salário. No país, a categoria reúne 420 mil funcionários representados por 134 sindicatos ligados à Contraf-CUT.
Até as 22h30 de ontem, a greve já havia sido aprovada por funcionários de bancos privados e públicos de 48 regiões localizadas em 18 Estados.
Em São Paulo, a decisão de parar foi tomada em assembleia que reuniu 1.500 funcionários. Os trabalhadores devem fazer uma passeata, a partir das 15h, da praça do Patriarca até a avenida Paulista.
A greve deve afetar também as agências do interior nas cidades de Limeira, Campinas. Araçatuba, Araraquara, Jaú e São José dos Campos.
A greve não foi aprovada somente em quatro cidades: Franca e Rio Claro (ambas em SP), Corumbá (MS) e Bagé (RS). Em Piracicaba (SP), a paralisação começa na sexta.
Os bancários rejeitaram a proposta salarial dos bancos, que ofereceram reajuste de 4,5% para repor a inflação e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) calculado em duas partes. "A greve é precipitada. Apresentamos uma proposta salarial e deixamos espaço aberto para ser discutida. A greve é um recurso extremo, usado quando a negociação chega a um impasse ou é rompida pelos empregadores. E nada disso aconteceu", diz Magnus Apostólico, superintendente de relações trabalhistas da Febraban (federação do setor).
Os bancários reivindicam 10% de reajuste salarial e PLR de três salários mais valor fixo de R$ 3.850. "Se os banqueiros quisessem evitar a greve, teriam apresentado proposta com aumento real de salários, PLR maior e mais justa e medidas de proteção ao emprego nos casos de fusão. Os bancos mantiveram seus lucros elevados e têm condições de atender às reivindicações", diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo (CUT).

Metalúrgicos
Metalúrgicos da Volkswagen e da Ford, em Taubaté (SP), pararam ontem para exigir que as negociações sobre o reajuste salarial deste ano, encerradas com acordo há dez dias, fossem retomadas. A mobilização ocorreu após operários da GM em São José dos Campos e de São Caetano do Sul obterem reajuste salarial superior.
O acordo fechado com a VW e a Ford prevê reajuste de 6,53% e abono de R$ 1.500. Com a GM, o índice fechado foi de 8,3% mais abono de R$ 1.950 -resultado conquistado depois de quatro paralisações de 24 horas e da intervenção da Justiça do Trabalho.
Volks e Ford chegaram a fazer uma proposta de equiparação, mas os trabalhadores a rejeitaram ontem. Ela previa abono de R$ 2.800 para ser pago em três parcelas e 6,53% de reajuste agora e 1,66% em outubro de 2010.
Os funcionários da Volks e da Ford decidiram voltar ao trabalho hoje diante do compromisso do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (CUT) de retomar as negociações.
Metalúrgicos da Volks relataram insatisfação com a atuação do sindicato de Taubaté na campanha salarial. O presidente da entidade, Isaac do Carmo, nega que tenha conduzido as negociações de maneira errada. Segundo ele, o reajuste na GM foi "arbitrado" pela Justiça do Trabalho e, por isso, "não houve processo de conquista" em São José e São Caetano.


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