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Bancários entram em greve em 18 Estados
Paralisação atinge bancos privados e públicos após impasse em negociação salarial; em São Paulo haverá passeata à tarde
Em Taubaté, metalúrgicos da Volks e Ford fizeram nova paralisação ontem para pressionar sindicato a buscar um reajuste maior
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TAUBATÉ
Bancários de 18 Estados e do
Distrito Federal decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir de hoje, para pedir aumento real de salário. No país, a categoria reúne
420 mil funcionários representados por 134 sindicatos ligados
à Contraf-CUT.
Até as 22h30 de ontem, a greve já havia sido aprovada por
funcionários de bancos privados e públicos de 48 regiões localizadas em 18 Estados.
Em São Paulo, a decisão de
parar foi tomada em assembleia que reuniu 1.500 funcionários. Os trabalhadores devem fazer uma passeata, a partir das 15h, da praça do Patriarca até a avenida Paulista.
A greve deve afetar também
as agências do interior nas cidades de Limeira, Campinas. Araçatuba, Araraquara, Jaú e São
José dos Campos.
A greve não foi aprovada somente em quatro cidades:
Franca e Rio Claro (ambas em
SP), Corumbá (MS) e Bagé
(RS). Em Piracicaba (SP), a paralisação começa na sexta.
Os bancários rejeitaram a
proposta salarial dos bancos,
que ofereceram reajuste de
4,5% para repor a inflação e
PLR (Participação nos Lucros e
Resultados) calculado em duas
partes. "A greve é precipitada.
Apresentamos uma proposta
salarial e deixamos espaço
aberto para ser discutida. A greve é um recurso extremo, usado
quando a negociação chega a
um impasse ou é rompida pelos
empregadores. E nada disso
aconteceu", diz Magnus Apostólico, superintendente de relações trabalhistas da Febraban
(federação do setor).
Os bancários reivindicam
10% de reajuste salarial e PLR
de três salários mais valor fixo
de R$ 3.850. "Se os banqueiros
quisessem evitar a greve, teriam apresentado proposta
com aumento real de salários,
PLR maior e mais justa e medidas de proteção ao emprego
nos casos de fusão. Os bancos
mantiveram seus lucros elevados e têm condições de atender
às reivindicações", diz Luiz
Cláudio Marcolino, presidente
do Sindicato dos Bancários de
São Paulo (CUT).
Metalúrgicos
Metalúrgicos da Volkswagen
e da Ford, em Taubaté (SP), pararam ontem para exigir que as
negociações sobre o reajuste
salarial deste ano, encerradas
com acordo há dez dias, fossem
retomadas. A mobilização
ocorreu após operários da GM
em São José dos Campos e de
São Caetano do Sul obterem
reajuste salarial superior.
O acordo fechado com a VW
e a Ford prevê reajuste de
6,53% e abono de R$ 1.500.
Com a GM, o índice fechado foi
de 8,3% mais abono de R$ 1.950
-resultado conquistado depois
de quatro paralisações de 24
horas e da intervenção da Justiça do Trabalho.
Volks e Ford chegaram a fazer uma proposta de equiparação, mas os trabalhadores a rejeitaram ontem. Ela previa abono de R$ 2.800 para ser pago
em três parcelas e 6,53% de
reajuste agora e 1,66% em outubro de 2010.
Os funcionários da Volks e da
Ford decidiram voltar ao trabalho hoje diante do compromisso do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (CUT) de retomar as negociações.
Metalúrgicos da Volks relataram insatisfação com a atuação
do sindicato de Taubaté na
campanha salarial. O presidente da entidade, Isaac do Carmo,
nega que tenha conduzido as
negociações de maneira errada.
Segundo ele, o reajuste na GM
foi "arbitrado" pela Justiça do
Trabalho e, por isso, "não houve processo de conquista" em
São José e São Caetano.
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