São Paulo, quinta-feira, 24 de setembro de 2009

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Dólar ignora queda da Bovespa e recua 0,56%

Bolsa segue NY e tem baixa de 1,6%; no mês alta é de 7%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A freada na escalada da Bolsa de Valores não afetou o câmbio. Ontem o dólar manteve-se em rota de queda: recuou 0,56% e encerrou as operações a R$ 1,788. No mês, a depreciação da moeda dos EUA é de 5,4%.
A entrada de recursos no mercado doméstico, aliada à expectativa de desembarque de mais dólares no país, provenientes de operações como a venda de ações do Santander, tem levado a moeda norte-americana a testar cotações cada vez mais baixas. Com depreciação de 23,4% acumulada no ano, o dólar está em seu preço mais baixo em 12 meses.
O balanço das operações dos estrangeiros na Bovespa mostra a força da entrada de capital externo no mercado. Neste mês, até o dia 18, o saldo dos negócios feitos pelos estrangeiros ficou positivo em R$ 2,69 bilhões. No ano, o salto é positivo em R$ 16,66 bilhões, o melhor resultado da história.
Para a Bovespa, o primeiro dia de negócios após o grau de investimento concedido pela agência internacional de risco Moody's foi de perdas. A Bolsa de Valores de São Paulo não resistiu ao enfraquecimento do mercado acionário nos EUA e terminou as operações com recuo de 1,62%.
Apesar da baixa de ontem, a valorização da Bovespa no mês ainda é muito expressiva. Aos 60.496 pontos, o índice Ibovespa (que reúne as 64 ações mais negociadas) registra valorização mensal de 7,09%.
Há algum tempo analistas vêm afirmando que a Bolsa brasileira subiu de forma muito rápida nos últimos meses. Dessa forma, quedas resultantes da decisão dos investidores de embolsarem parte dos ganhos acumulados são esperadas.
No pregão de ontem, as ações de empresas de construção civil -setor em que estão os papéis que mais subiram em 2009- lideraram as perdas. O papel ON da Rossi Residencial encerrou com perdas de 4,68%; Gafisa ON teve baixa de 4,54%; e Cyrela Realt ON caiu 3,98%.
As empresas ligadas ao desempenho das commodities também foram destaque de baixa ontem, em sintonia com a depreciação das matérias-primas no exterior.
A ação da MMX Mineração terminou com desvalorização de 3,39%, seguida por Gerdau PN, que recuou 2,59%, e Vale PNA, com queda de 1,24%.
O recuo de 3,6% no preço do barril de petróleo em Nova York tirou forças das ações da Petrobras, que caíram 1,63%.
O petróleo, que fechou cotado a US$ 68,97, caiu em resposta ao inesperado aumento nos estoques de óleo cru nos EUA.
Em Wall Street, a Bolsa de Nova York terminou o pregão com queda de 0,83%.
A esperada reunião do Fomc (comitê do banco central americano que define os juros) não trouxe surpresas. Os juros básicos foram mantidos nos EUA em uma faixa entre zero e 0,25% anual. A nota emitida pela autoridade monetária após a reunião sinalizou que as taxas vão seguir em níveis baixos por longo tempo. As ações do setor bancário acabaram por se destacar na ponta vendedora em Wall Street. A ação do JPMorgan perdeu 3,03%. Para Citigroup, a baixa foi de 2,80%.

Oferta de ações
Em meio aos sinais de retomada das operações de lançamento de ações na Bovespa, a companhia aérea Gol detalhou ontem a oferta que está conduzindo. A operação deverá movimentar ao menos R$ 1 bilhão. O investidor pessoa física também poderá participar da oferta da Gol, sendo que a compra mínima será de R$ 3.000.
No pregão da Bolsa, as ações da empresa aérea encerraram ontem com queda de 3,76%.


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