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Dólar ignora queda da Bovespa e recua 0,56%
Bolsa segue NY e tem baixa de 1,6%; no mês alta é de 7%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A freada na escalada da Bolsa
de Valores não afetou o câmbio.
Ontem o dólar manteve-se em
rota de queda: recuou 0,56% e
encerrou as operações a
R$ 1,788. No mês, a depreciação
da moeda dos EUA é de 5,4%.
A entrada de recursos no
mercado doméstico, aliada à
expectativa de desembarque de
mais dólares no país, provenientes de operações como a
venda de ações do Santander,
tem levado a moeda norte-americana a testar cotações cada vez mais baixas. Com depreciação de 23,4% acumulada no
ano, o dólar está em seu preço
mais baixo em 12 meses.
O balanço das operações dos
estrangeiros na Bovespa mostra a força da entrada de capital
externo no mercado. Neste
mês, até o dia 18, o saldo dos negócios feitos pelos estrangeiros
ficou positivo em R$ 2,69 bilhões. No ano, o salto é positivo
em R$ 16,66 bilhões, o melhor
resultado da história.
Para a Bovespa, o primeiro
dia de negócios após o grau de
investimento concedido pela
agência internacional de risco
Moody's foi de perdas. A Bolsa
de Valores de São Paulo não resistiu ao enfraquecimento do
mercado acionário nos EUA e
terminou as operações com recuo de 1,62%.
Apesar da baixa de ontem, a
valorização da Bovespa no mês
ainda é muito expressiva. Aos
60.496 pontos, o índice Ibovespa (que reúne as 64 ações mais
negociadas) registra valorização mensal de 7,09%.
Há algum tempo analistas
vêm afirmando que a Bolsa brasileira subiu de forma muito rápida nos últimos meses. Dessa
forma, quedas resultantes da
decisão dos investidores de embolsarem parte dos ganhos acumulados são esperadas.
No pregão de ontem, as ações
de empresas de construção civil -setor em que estão os papéis que mais subiram em
2009- lideraram as perdas. O
papel ON da Rossi Residencial
encerrou com perdas de 4,68%;
Gafisa ON teve baixa de 4,54%;
e Cyrela Realt ON caiu 3,98%.
As empresas ligadas ao desempenho das commodities
também foram destaque de
baixa ontem, em sintonia com a
depreciação das matérias-primas no exterior.
A ação da MMX Mineração
terminou com desvalorização
de 3,39%, seguida por Gerdau
PN, que recuou 2,59%, e Vale
PNA, com queda de 1,24%.
O recuo de 3,6% no preço do
barril de petróleo em Nova
York tirou forças das ações da
Petrobras, que caíram 1,63%.
O petróleo, que fechou cotado a US$ 68,97, caiu em resposta ao inesperado aumento nos
estoques de óleo cru nos EUA.
Em Wall Street, a Bolsa de
Nova York terminou o pregão
com queda de 0,83%.
A esperada reunião do Fomc
(comitê do banco central americano que define os juros) não
trouxe surpresas. Os juros básicos foram mantidos nos EUA
em uma faixa entre zero e
0,25% anual. A nota emitida
pela autoridade monetária
após a reunião sinalizou que as
taxas vão seguir em níveis baixos por longo tempo. As ações
do setor bancário acabaram por
se destacar na ponta vendedora
em Wall Street. A ação do
JPMorgan perdeu 3,03%. Para
Citigroup, a baixa foi de 2,80%.
Oferta de ações
Em meio aos sinais de retomada das operações de lançamento de ações na Bovespa, a
companhia aérea Gol detalhou
ontem a oferta que está conduzindo. A operação deverá movimentar ao menos R$ 1 bilhão. O
investidor pessoa física também poderá participar da oferta da Gol, sendo que a compra
mínima será de R$ 3.000.
No pregão da Bolsa, as ações
da empresa aérea encerraram
ontem com queda de 3,76%.
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