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LEÃO GULOSO
Com R$ 41,8 bilhões, outubro tem o 2º melhor resultado do ano, puxado por tributos pagos pelas pessoas jurídicas
Lucros maiores de empresas ajudam a elevar arrecadação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento da lucratividade das
empresas -principalmente dos
setores de combustíveis, telecomunicações, eletricidade, minerais metálicos e metalurgia- ajudou a Receita Federal a bater novos recordes de arrecadação.
Em outubro, o pagamento de
impostos e contribuições federais
apresentou o melhor resultado
registrado para o mês, somando
R$ 41,783 bilhões.
O valor é 4,35% superior ao volume arrecadado em outubro do
ano passado, já descontada a inflação do período. Também representa a segunda melhor arrecadação mensal do ano -perde
apenas para o montante obtido
no mês de janeiro, da ordem de
R$ 42,174 bilhões.
O volume recolhido inclui as
contribuições previdenciárias pagas por empresas e trabalhadores.
O total arrecadado de janeiro a
outubro deste ano já chega a R$
394,667 bilhões em valores corrigidos. Trata-se do maior resultado registrado no período. Em relação a janeiro-outubro de 2004,
houve aumento, acima da inflação, de 5,54%. "Vem dentro da
expectativa. É um resultado extremamente positivo", comentou o
secretário-adjunto da Receita Federal Ricardo Pinheiro.
Mesmo a desaceleração da economia no terceiro trimestre deste
ano, apontada por diversos analistas, não afetou o desempenho
da arrecadação federal.
"Por enquanto, não", limitou-se
a responder o secretário-adjunto,
quando questionado se o desaquecimento já provocou estragos
na arrecadação.
Os carros-chefes do crescimento da receita neste ano, segundo
Pinheiro, são o IRPJ (Imposto de
Renda das Pessoas Jurídicas) e a
CSLL (Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido). Ambos são tributos que incidem sobre o lucro
das empresas. No ano, a receita do
IRPJ aumentou, em termos reais,
21,96%. O crescimento da CSLL
foi de 20,65%.
Alguns setores se destacam no
aumento da arrecadação desses
tributos. Na área de telecomunicações, houve incremento de
119,49% de janeiro a outubro na
comparação com igual período
de 2004. O setor de extração de
minerais metálicos recolheu
356,43% a mais do que no mesmo
período do ano passado.
Somente neste ano, esses setores, além das áreas de eletricidade,
combustíveis e metalurgia, recolheram R$ 4 bilhões a mais em
IRPJ e CSLL.
"O maravilhoso desempenho
desses setores vem elevando a arrecadação. Acho economicamente impossível continuar assim no
ano que vem", declarou Pinheiro.
Em outubro, os dois tributos
também registraram forte crescimento. O IRPJ ampliou a arrecadação em 32,82%, em termos
reais, e a CSLL, em 21,8%, na comparação com outubro de 2004. O
setor de combustíveis, por exemplo, recolheu no mês 1.490% a
mais do que em outubro do ano
passado.
O aumento no lucro das empresas não significa que estejam vendendo mais. Isso porque não houve aumento no faturamento, segundo os dados da Receita. Contribuições como o PIS e a Cofins,
cujo recolhimento é calculado
com base no faturamento, não tiveram expressivo aumento de arrecadação neste ano. O crescimento na receita da Cofins foi de
3,71%, enquanto o do PIS foi de
2,9%.
"Super-Receita"
Apesar do fim da "Super-Receita" na semana passada, o resultado da arrecadação foi divulgado
em conjunto ontem pelas secretarias da Receita Previdenciária e da
Receita Federal. A secretaria foi
extinta porque a medida provisória que a criou não foi votada a
tempo pelo Senado e acabou perdendo sua validade.
De agosto (mês de criação da secretaria) a outubro, houve aumento na arrecadação por conta
do funcionamento integrado, segundo Pinheiro. No período, a receita da Previdência teve um crescimento de 8,83% na comparação
com igual período do ano passado -mais que a alta de 7,23% na
comparação do mesmo período
entre 2003 e 2004.
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