São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2008

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Preço médio do hectare cessa trajetória de alta

GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO

Mercado que registrava sucessivos recordes desde o ano passado, o comércio de terras no país vive agora, neste semestre, uma nova fase, de procura menos aquecida. Segundo Jacqueline Bierhals, analista da consultoria AgraFNP, o preço do hectare se estabilizou. "Na alta, mas se estabilizou."
A AgraFNP realiza bimestralmente avaliação sobre o mercado de terras. Novos números devem ser divulgados hoje. Bierhals antecipa que a variação deve ser mínima -"alta de R$ 4, R$ 5".
Os dados mais recentes apontam para preço médio de R$ 4.341 para o hectare no país. No fim do primeiro semestre, o preço estava em R$ 4.287. "A velocidade no aumento de preços sumiu."
Segundo Bierhals, a estabilidade nada tem a ver com a expectativa de que o governo limitaria a compra de terras por estrangeiros. O motivo foi a redução do preço dos produtos agrícolas. Um exemplo: do pico de pouco mais de US$ 16 o bu- shel na Bolsa de Chicago em julho, a soja desceu para US$ 9.
Ela diz que o mercado de terras costuma ter respostas mais lentas em relação a outros setores. "Quando o valor sobe, não dispara do dia para noite, como na Bolsa. Quando cai, também não despenca de uma vez."
Nos últimos meses, o comércio de áreas de aptidão agrícola enfrenta estagnação. A crise de liquidez na economia, acentuada desde a metade de setembro, fez muitas negociações serem interrompidas ou adiadas. Para ela, a tendência é os preços da terra começarem a recuar. Mas o movimento não deve ser tão intenso quanto o da crise do início da década, quando o hectare perdeu metade do valor.
A analista considerou sensata a determinação do governo à AGU de não haver restrição a investimentos do exterior em terras. Um caso, em especial, seria muito difícil de fiscalizar -o de empresas brasileiras de grande porte com injeção de capital estrangeiro. "Como determinar o que é dinheiro nacional e o que vem de fora?"


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