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São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 2003

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Taxas dos bancos são bem superiores à Selic

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os juros praticados pelos bancos em seus empréstimos continuam bem acima da taxa Selic fixada pelo Banco Central, que, hoje, está em 25,5% ao ano. Os financiamentos concedidos a pessoas físicas são os mais caros, segundo levantamento feito pelo BC. Em novembro passado, por exemplo, a taxa Selic estava em 22% ao ano, enquanto os juros cobrados no cheque especial estavam em 160,9% ao ano.
A Selic é chamada de juro básico da economia por servir de referência às demais operações de crédito praticadas no sistema financeiro: quanto maiores os juros pagos pelos bancos para captar dinheiro, maiores serão as taxas cobradas dos clientes.
A diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa praticada nos seus empréstimos é chamada de "spread" bancário. O "spread" inclui os custos que as instituições têm para conseguir emprestar dinheiro para seus clientes -incluindo seus lucros. No Brasil, os altos "spreads" são consequência da carga tributária que incide nas operações financeiras e das elevadas margens de lucro dos bancos, de acordo com estudo do BC. Segundo o estudo, cerca de um terço do "spread" é composto pelos impostos que incidem sobre essas transações e que são repassadas aos clientes. Outro um terço corresponde à margem de lucro dos bancos. O restante equivale a custos administrativos e às perdas resultantes da inadimplência.
Em outubro de 99, o BC iniciou um projeto que tem por objetivo reduzir o "spread" praticado pelos bancos, trazendo as taxas de juros cobradas pelas instituições para mais perto da Selic.


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