São Paulo, segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

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Brasil e EUA definirão taxa de juros na quarta-feira

Expectativa do mercado é que índices se mantenham

DA REPORTAGEM LOCAL

Após uma semana bastante intensa no mercado financeiro internacional, uma série de indicadores vai amparar as decisões dos investidores nos próximos dias. Enquanto a Bovespa estiver fechada por aqui hoje, com o feriado em comemoração ao aniversário de São Paulo, dados serão apresentados nos Estados Unidos, como os de vendas de imóveis usados em dezembro e a atividade manufatureira medida pelo Fed na região de Dallas.
Amanhã é a vez de serem apresentados os números do índice de confiança do consumidor americano, além do indicador de desempenho do setor manufatureiro medido pelo Fed de Richmond.
Mas o dia mais quente da semana será, sem dúvida, a quarta-feira, quando serão realizadas as reuniões dos bancos centrais dos EUA e do Brasil.
A expectativa do mercado é a de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) mantenha sua taxa de juros inalterada, na atual faixa de 0% a 0,25% anual.
O que interessa de fato a analistas e investidores é a nota que os dirigentes do Fed irão apresentar após o encontro. Nesse documento, espera-se que haja sinais de quando os juros começarão a ser elevados na maior economia do mundo. Com o arrefecimento da crise econômica, o mercado espera que em um futuro próximo não seja mais necessário o país manter seus juros no atual piso.
Para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), a expectativa também é de manutenção dos juros. A taxa básica brasileira está em 8,75% ao ano. E, como ocorre em relação ao encontro de política monetária nos EUA, o que interessa aos investidores é saber quando a Selic começará a ser aumentada.
No mercado, há quem conte com o início do ajuste da Selic nos segundo trimestre. Para outros, a taxa básica não vai começar a ser elevada antes do terceiro trimestre.
A expectativa do mercado, sinalizada na pesquisa semanal do BC Focus, é a de que a Selic esteja a 11,25% no fim do ano. Ou seja, bem acima do patamar em que está hoje.
"O Banco Central deve manter a taxa Selic inalterada em 8,75% nesta reunião do Copom, mas esperamos uma alteração no tom do comunicado e da ata, já deixando as portas abertas para uma possível elevação dos juros na reunião de março ou abril", afirma, em relatório, Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
"Nosso cenário incorpora alta de 2,5 pontos percentuais na Selic ao longo do ano, com o início do ciclo em abril, mas ressaltamos que os riscos são assimétricos na direção de uma antecipação do movimento de alta ou uma maior magnitude do ciclo de aperto", completa.
Na quinta-feira, a agenda mantém-se agitada. A divulgação do índice de preços IGP-M de janeiro é aguardada com ansiedade. Isso porquê a inflação começa a dar sinais de aceleração, o que pode antecipar o esperado início do processo de alta da Selic. O mercado espera que o IGP-M tenha registrado alta de 0,53% neste primeiro mês do ano, após a retração de 0,26% apontada em dezembro do ano passado.
No Brasil, destaque também para o início da safra de balanços das grandes instituições financeiras. Na quinta-feira, o Bradesco dará início à divulgação dos números referentes a 2009. Um dos pontos que estará no centro das atenções dos investidores é o comportamento das carteiras de crédito, tanto sua expansão quanto o comportamento da inadimplência.
Na sexta, a primeira prévia do PIB dos EUA do 4º trimestre concentrará as atenções.


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