|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Avança negociação entre Citi e EUA, diz "FT'
DA REDAÇÃO
O Citigroup e o Departamento do Tesouro dos EUA estão
próximos de um acordo que vai
dar cerca de 40% de participação no banco para o governo
norte-americano em troca do
fortalecimento do capital da
instituição financeira, de acordo com o "Financial Times".
Segundo pessoas próximas às
negociações, o anúncio pode
ser feito hoje ou amanhã, mas o
acordo ainda não foi fechado, e
o governo de Barack Obama
precisa aprovar o plano apresentado pelo Citigroup. Entre
os detalhes sendo discutidos,
diz o jornal, estavam o valor dos
papéis do banco e a participação do governo na instituição.
Pelo acordo, parte dos US$
45 bilhões que o governo norte-americano tem em ações preferenciais do banco seria convertida em papéis ordinários -até
o máximo de 40% de participação na instituição. Outros acionistas como fundos soberanos
e de pensão também poderiam
converter seus papéis preferenciais, e o Citigroup poderia
levantar mais capital com a
oferta de ações -reduzindo significativamente o valor dos investimentos dos seus atuais
acionistas.
O avanço das negociações e,
especialmente, as declarações
do presidente do Fed (BC dos
EUA), Ben Bernanke, de que o
governo não pretende estatizar
bancos ajudaram as ações do
Citigroup a terem um dia de alta expressiva: 21,5%. Os papéis
do rival Bank of America, que
tem sido igualmente alvo de rumores de estatização, subiram
21%. O presidente do BofA, Ken
Lewis, reiterou ontem que o
banco não pretende pedir mais
dinheiro ao governo americano
e que ele tem perspectivas
"muito superiores às da maioria dos nossos competidores".
Bernanke negou que os EUA
pretendam usar o "teste de estresse" a que serão submetidos
os maiores bancos do país como pretexto para a estatização
das instituições. Segundo ele, o
governo vai comprar ações preferenciais dos 19 maiores bancos caso os testes determinem
que eles precisam de mais dinheiro. Esses papéis, complementou, só serão convertidos
em ações ordinárias se as perdas estimadas pelo governo
realmente se confirmarem.
Os testes de estresse devem
começar hoje e determinarão
se os bancos precisam de mais
capital caso a crise se agrave. As
instituições que não conseguirem levantar capital privado
receberão dinheiro do governo.
Nos últimos dias, com o
avanço dos rumores, tem aumentado o debate sobre a necessidade de os EUA estatizarem os bancos. Bill Gross, administrador do fundo Pimco,
disse que o governo precisa
priorizar o estímulo ao crédito
e a prevenção de arresto de casas, e não a estatização. "Se vocês acham que o Lehman Brothers [cuja concordata, em setembro de 2008, detonou o
agravamento da crise], só esperem e vejam o que a estatização
do Citi ou do BofA vai fazer."
Já o economista Nouriel
Roubini, um dos que mais acertam sobre a crise, voltou a afirmar que a estatização é a melhor saída. "Se não fizermos isso, arriscamos a ficar como o
Japão, que ficou com bancos
zumbis por uma década."
Com a Bloomberg
Texto Anterior: Recuperação pode começar em 2010, afirma Bernanke Próximo Texto: Crise na Ásia: Exportação tem queda recorde, e Japão estuda comprar papéis Índice
|