São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

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Pane no e-mail do Google atinge milhões

Gmail permanece parado por mais de duas horas, na pior queda do serviço gratuito de correio, que cresce 40% ao ano

Problema suscita temores de dependência total de serviços on-line; Google reconhece pane e pede desculpas aos seus usuários

CHRIS NUTTALLIN
DO "FINANCIAL TIMES"

O serviço de e-mail do Google, usado por mais de 100 milhões de pessoas, sofreu pane global ontem, levantando temores quanto à crescente dependência mundial dos serviços na web.
A pane do Gmail durou mais de duas horas, começando por volta de 1h30 na costa oeste dos EUA e atingindo usuários na Europa e na Ásia enquanto as Américas dormiam. A empresa informou que pessoas físicas e jurídicas em todo o mundo não estavam conseguindo acessar os seus e-mails e pediu desculpas pelo transtorno.
É a pior pane no Gmail, um serviço de e-mail baseado em browser que vem crescendo 40% ao ano em número de usuários, reduzindo a distância entre ele e seus rivais maiores, o Yahoo Mail e o Hotmail, da Microsoft. Segundo a empresa de pesquisas ComScore, o Gmail já tem mais de 113 milhões de usuários no mundo, contra 283 milhões de usuários do Hotmail e 274 milhões do Yahoo.
A pane é um golpe nas ambições do Google de ampliar os e-mails de empresas e os aplicativos que entrega pela internet. Os usuários do Google Apps Premier Edition, que cobra US$ 50 de cada conta por serviços que incluem o Gmail, se queixaram em fóruns ontem.
Em agosto, o Google divulgou a ocorrência de uma pane que durou duas horas, mas não revelou sua origem. Se os consumidores têm problemas com o serviço gratuito, não têm acesso direto a suporte técnico.
Em outro incidente, o Google disse que um erro humano causou um aviso falso, divulgado em janeiro, dizendo que todos os sites encontrados em buscas no Google podiam prejudicar os computadores dos usuários.
A confiança nos serviços na web também vem sendo prejudicada pela decisão do Google de fechar ou não manter vários de seus produtos neste ano, incluindo o Google Notebook, com o qual os usuários podem buscar e armazenar informações da rede. O Magnolia, um serviço de identificação de sites favoritos on-line, disse na semana passada que não conseguiu recuperar os dados de usuários perdidos num banco de dados.
A computação "nas nuvens", em que empresas e indivíduos confiam seus dados a serviços operados à distância, pela web, vem sendo adotada rapidamente, por oferecer serviços mais baratos e fáceis de atualizar.
Mas a pane do Gmail ilustra o fato de que deixar de manter aplicativos no disco rígido do PC e no centro de tecnologia da informação da própria empresa também encerra riscos.


Tradução de CLARA ALLAIN


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