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Pane no e-mail do Google atinge milhões
Gmail permanece parado por mais de duas horas, na pior queda do serviço gratuito de correio, que cresce 40% ao ano
Problema suscita temores de dependência total de serviços on-line; Google reconhece pane e pede desculpas aos seus usuários
CHRIS NUTTALLIN
DO "FINANCIAL TIMES"
O serviço de e-mail do Google, usado por mais de 100 milhões de pessoas, sofreu pane
global ontem, levantando temores quanto à crescente dependência mundial dos serviços na web.
A pane do Gmail durou mais
de duas horas, começando por
volta de 1h30 na costa oeste dos
EUA e atingindo usuários na
Europa e na Ásia enquanto as
Américas dormiam. A empresa
informou que pessoas físicas e
jurídicas em todo o mundo não
estavam conseguindo acessar
os seus e-mails e pediu desculpas pelo transtorno.
É a pior pane no Gmail, um
serviço de e-mail baseado em
browser que vem crescendo
40% ao ano em número de
usuários, reduzindo a distância
entre ele e seus rivais maiores,
o Yahoo Mail e o Hotmail, da
Microsoft. Segundo a empresa
de pesquisas ComScore, o
Gmail já tem mais de 113 milhões de usuários no mundo,
contra 283 milhões de usuários
do Hotmail e 274 milhões do
Yahoo.
A pane é um golpe nas ambições do Google de ampliar os e-mails de empresas e os aplicativos que entrega pela internet.
Os usuários do Google Apps
Premier Edition, que cobra
US$ 50 de cada conta por serviços que incluem o Gmail, se
queixaram em fóruns ontem.
Em agosto, o Google divulgou a ocorrência de uma pane
que durou duas horas, mas não
revelou sua origem. Se os consumidores têm problemas com
o serviço gratuito, não têm
acesso direto a suporte técnico.
Em outro incidente, o Google
disse que um erro humano causou um aviso falso, divulgado
em janeiro, dizendo que todos
os sites encontrados em buscas
no Google podiam prejudicar
os computadores dos usuários.
A confiança nos serviços na
web também vem sendo prejudicada pela decisão do Google
de fechar ou não manter vários
de seus produtos neste ano, incluindo o Google Notebook,
com o qual os usuários podem
buscar e armazenar informações da rede. O Magnolia, um
serviço de identificação de sites
favoritos on-line, disse na semana passada que não conseguiu recuperar os dados de
usuários perdidos num banco
de dados.
A computação "nas nuvens",
em que empresas e indivíduos
confiam seus dados a serviços
operados à distância, pela web,
vem sendo adotada rapidamente, por oferecer serviços mais
baratos e fáceis de atualizar.
Mas a pane do Gmail ilustra o
fato de que deixar de manter
aplicativos no disco rígido do
PC e no centro de tecnologia da
informação da própria empresa também encerra riscos.
Tradução de CLARA ALLAIN
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