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São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2003

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TRABALHO

Assessores do Ministério do Trabalho falam em motivação política para paralisação de metalúrgicos; Força Sindical nega

Greve parcial vai começar amanhã em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A greve decidida no último domingo pelos metalúrgicos de São Paulo, que deve começar amanhã paralisando entre 30 e 40 empresas da capital paulista, atingirá, a princípio, as metalúrgicas que estão exportando ou cuja produtividade é maior, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região.
Os sindicalistas paulistanos, filiados à Força Sindical, reivindicam antecipação salarial de, no mínimo, 10%, alegando que a inflação acumulada de novembro de 2002, data-base da categoria, a fevereiro deste ano já superou o reajuste de 10,26% que foi concedido no ano passado.
A negociação será feita individualmente com cada empresa, já que os sindicatos patronais que representam os grupos 3 e 9 da Fiesp -respectivamente, indústrias de autopeças e de eletrodomésticos- negaram um reajuste coletivo neste momento.
Segundo o presidente do sindicato, Eleno José Bezerra, será uma "greve inteligente": "Estamos levando em conta a situação da metalúrgica. A greve atingirá primeiro as metalúrgicas que têm maior produção ou as exportadoras".
As 1.500 metalúrgicas de grande e médio portes de São Paulo foram notificadas ontem, segundo Bezerra. "Recebemos ligações de algumas empresas dispostas a negociar. Portanto o número de metalúrgicas que serão paralisadas ainda não foi definido, mas deve ser entre 30 e 40", afirmou.
Os nomes das empresas que serão paralisadas não foram divulgados pelo sindicato. A greve que começa amanhã deve envolver de 20 mil a 25 mil trabalhadores.
Segundo Valdemar Cardoso Andrade, coordenador das negociações do grupo 9, as metalúrgicas sofrem com o aumento de preços de insumos, como energia elétrica e combustível, e não vão negociar coletivamente. Dráuzio Rangel, coordenador das negociações com o grupo 3, classificou a reivindicação dos metalúrgicos de "completamente inoportuna no momento".
Amanhã acontece uma reunião na Federação dos Metalúrgicos de São Paulo para definir qual a posição que será adotada pelos metalúrgicos do resto do Estado.
A Folha apurou que assessores do Ministério do Trabalho vêem motivação política na greve, já que o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, estaria interessado em se candidatar a prefeito de São Paulo.
Procurado pela reportagem, Paulinho negou as acusações: "Não tenho nem partido político. Como vou me candidatar a algum cargo?", disse ele. (MP)


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