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TRABALHO
Assessores do Ministério do Trabalho falam em motivação política para paralisação de metalúrgicos; Força Sindical nega
Greve parcial vai começar amanhã em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
A greve decidida no último domingo pelos metalúrgicos de São
Paulo, que deve começar amanhã
paralisando entre 30 e 40 empresas da capital paulista, atingirá, a
princípio, as metalúrgicas que estão exportando ou cuja produtividade é maior, de acordo com o
Sindicato dos Metalúrgicos de
São Paulo, Mogi das Cruzes e Região.
Os sindicalistas paulistanos, filiados à Força Sindical, reivindicam antecipação salarial de, no
mínimo, 10%, alegando que a inflação acumulada de novembro
de 2002, data-base da categoria, a
fevereiro deste ano já superou o
reajuste de 10,26% que foi concedido no ano passado.
A negociação será feita individualmente com cada empresa, já
que os sindicatos patronais que
representam os grupos 3 e 9 da
Fiesp -respectivamente, indústrias de autopeças e de eletrodomésticos- negaram um reajuste
coletivo neste momento.
Segundo o presidente do sindicato, Eleno José Bezerra, será uma
"greve inteligente": "Estamos levando em conta a situação da metalúrgica. A greve atingirá primeiro as metalúrgicas que têm maior
produção ou as exportadoras".
As 1.500 metalúrgicas de grande
e médio portes de São Paulo foram notificadas ontem, segundo
Bezerra. "Recebemos ligações de
algumas empresas dispostas a negociar. Portanto o número de metalúrgicas que serão paralisadas
ainda não foi definido, mas deve
ser entre 30 e 40", afirmou.
Os nomes das empresas que serão paralisadas não foram divulgados pelo sindicato. A greve que
começa amanhã deve envolver de
20 mil a 25 mil trabalhadores.
Segundo Valdemar Cardoso
Andrade, coordenador das negociações do grupo 9, as metalúrgicas sofrem com o aumento de
preços de insumos, como energia
elétrica e combustível, e não vão
negociar coletivamente. Dráuzio
Rangel, coordenador das negociações com o grupo 3, classificou
a reivindicação dos metalúrgicos
de "completamente inoportuna
no momento".
Amanhã acontece uma reunião
na Federação dos Metalúrgicos de
São Paulo para definir qual a posição que será adotada pelos metalúrgicos do resto do Estado.
A Folha apurou que assessores
do Ministério do Trabalho vêem
motivação política na greve, já
que o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, estaria
interessado em se candidatar a
prefeito de São Paulo.
Procurado pela reportagem,
Paulinho negou as acusações:
"Não tenho nem partido político.
Como vou me candidatar a algum
cargo?", disse ele.
(MP)
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