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RECEITA ORTODOXA
Para agência, tarifas públicas ainda vão exercer pressões no meio do ano e Selic encerra 2003 em 22,5%
Inflação deixa juros no alto até agosto, diz Merrill Lynch
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
Os juros no Brasil só começarão
a cair de forma consistente a partir de agosto, opina a Merrill
Lynch em seu último relatório sobre a economia do país.
A análise aponta pressões inflacionárias no meio do ano vindas
de aumentos em tarifas públicas
como a razão para os juros não
caírem. Ainda assim, diz a Merrill
Lynch, é possível haver uma "surpresa" em maio, mês que, acredita, poderá apontar a inflação mais
baixa no ano até então. Mas isso
não se converteria em tendência
de declínio dos juros.
Mesmo a partir de agosto, de
qualquer forma, a queda não seria
tão significativa. Na opinião da
Merrill Lynch, os juros estarão, ao
final do ano, na casa de 22,5%.
Na semana passada, o BC manteve a taxa básica de juros em
26,5%, mas com "viés de alta"
-ou seja, pode elevar a taxa a
qualquer momento.
A preocupação em manter os
juros nos altos níveis como antídoto à inflação encontra eco em
uma análise de um outro banco, o
JP Morgan. "O tom cauteloso é totalmente justificado. À parte o barulho originado do preço do petróleo e do câmbio, o comportamento recente dos principais índice proporciona pouco conforto
ao BC", diz a última análise que
divulgou sobre o Brasil.
A despeito da análise que traça,
a Merrill Lynch diz que é "inegável" que os juros reais estão altos
no Brasil e que isso levanta questões sobre "o crescimento da economia, a dívida pública e a viabilidade do modelo econômico".
Outra fonte de atenção nas previsões econômicas para o Brasil é
a situação política e o andamento
das reformas do governo Lula.
"Continuamos a ser otimistas
em relação a reformas estruturais,
mas estamos preocupados que
atrasos e concessões necessárias
para o avanço possam não ser totalmente esperados pelo mercado", diz a Merrill Lynch.
Revisão
Por outro lado, a Merrill Lynch
reviu para cima suas previsões de
crescimento do Brasil em 2003.
Em sua opinião, o PIB poderá
crescer 1,6% -a previsão anterior era de 1,1%. Em 2004, o crescimento do PIB chegaria a 2,9%.
Mesmo assim, ressalta o banco,
sua estimativa para este ano é inferior à média da pesquisa Focus,
feita pelo BC com analistas, que
põe o número em 2%.
Para o câmbio, sua previsão para o final do ano foi mantida: o
dólar estará cotado a R$ 3,45.
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