|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
STF deve arquivar inquérito contra Meirelles
Procurador-geral pede arquivamento de investigação sobre movimentação financeira do presidente do Banco Central
Segundo Roberto Gurgel, o fato investigado agora é o mesmo analisado pela Justiça anos atrás e que terminou em arquivamento
LUCAS FERRAZ
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu o
arquivamento do inquérito
aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Na investigação,
ele é acusado de crimes contra
a ordem tributária.
Segundo Gurgel, o fato investigado agora é o mesmo analisado pela Justiça anos atrás,
quando Meirelles foi alvo de
processo por suposta remessa
ilegal de dinheiro para o exterior. Em 2005, o Ministério Público chegou a pedir a quebra
de sigilo do presidente do BC e
de empresas ligadas a ele. À
época, o STF negou o pedido.
Segundo a Folha apurou, o
atual inquérito dizia respeito à
remessa para o Brasil, por Meirelles, de US$ 50 mil para a reforma de um apartamento nos
Estados Unidos. O presidente
do BC morou no exterior,
quando dirigiu o BankBoston.
O relator do inquérito no Supremo é o ministro Joaquim
Barbosa, que ontem não foi localizado. Como o titular da
ação é o Ministério Público Federal, o caso deve ser extinto.
Segundo Gurgel, a investigação foi remetida da Justiça Federal do Paraná para a do Distrito Federal, onde permaneceu por dois anos.
O inquérito foi enviado ao
STF no momento em que o nome de Meirelles, que se filiou
em 2009 ao PMDB, é cogitado
para ser vice na chapa da presidenciável Dilma Rousseff (PT).
O procurador confirmou
também que o inquérito era
um desdobramento de apuração do Ministério Público, feita
no final dos anos 1990, sobre
remessas de recursos ao exterior, que antecedeu o caso Banestado e levou a numerosas
condenações por crimes financeiros e sequestros de bens.
"Quando verificamos, o objeto
era o mesmo contido no outro,
que já havia sido arquivado.
Não havia fato novo", afirmou.
Sobre o indiciamento ou não
de Meirelles, termo que consta
erroneamente na movimentação processual do inquérito no
site do Supremo, Gurgel disse
ser um tratamento burocrático. "Como se trata de inquérito, aparece automaticamente
como indiciado."
O termo causou confusão.
Ainda ontem a assessoria da
presidência do Supremo confirmava que, pela movimentação do processo, o nome de
Meirelles aparecia como indiciado. Indagado pela reportagem da Folha se houve erro, o
tribunal disse que não iria se
manifestar, pois o inquérito está sob sigilo.
Em nota divulgada pelo Banco Central, Henrique Meirelles
disse que soube da decisão da
Procuradoria pela imprensa e
por advogados. O pedido de arquivamento foi encaminhado
anteontem para o STF. Não há
prazo para a decisão final do relator Joaquim Barbosa.
Colaborou EDUARDO CUCOLO ,
da Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: O grande desarranjo europeu Próximo Texto: Lula reavalia saída de dirigente do BC para eleição Índice
|