São Paulo, domingo, 25 de abril de 2004

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EUA e Rússia têm interesse

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

O Brasil atrai a atenção dos investidores estrangeiros porque é o país que tem a maior disponibilidade de terras ainda para ser explorada na agricultura. O país possui pelo menos 220 milhões de hectares de pastagens -e 130 milhões deles poderiam ser destinados à produção agrícola.
Só em soja, o Brasil deverá utilizar 23 milhões de hectares neste ano. As estimativas, porém, indicam que o país tem capacidade de incorporar outros 42 milhões de hectares ao plantio da oleaginosa.
Esses 65 milhões de hectares poderiam produzir o equivalente a 180 milhões de toneladas, apenas 10 milhões abaixo da produção mundial deste ano.
Esse grande potencial de produção, aliado aos preços baixos das terras e à boa produtividade atingida pelos produtores nacionais, torna cada vez mais ativo o movimento de estrangeiros no país.
Nos últimos meses estiveram por aqui norte-americanos, russos, australianos, neozelandeses e até franceses. Os americanos, tradicionais produtores agrícolas, e com um esgotamento da área nos Estados Unidos, são os mais efetivos na concretização de negócios.
A conta para esses investidores é simples. O custo de produção da soja no país vai de US$ 130 a US$ 160 por tonelada, dependendo da região. Essa mesma soja custa nos portos brasileiros US$ 300. Parte dessa diferença entre os custos de produção e os dos portos pode ser economizada por esses estrangeiros que investem no país e precisam de soja nos país de origem.
Para reduzir as barreiras (como no idioma e na legislação), esses investidores estrangeiros se associam a brasileiros, que fazem a gestão e a operação dos negócios.


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