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MERCADO FINANCEIRO
Para analistas, investidores estarão atentos aos balanços divulgados pelas empresas norte-americanas
EUA e ata do Copom dominam a semana
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em plena semana de divulgação
da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), os mercados devem operar
muito atentos ao cenário externo,
segundo analistas.
Depois de dias de muita volatilidade, indicadores e balanços de
empresas a serem divulgados nos
Estados Unidos devem chamar
mais atenção do que o documento do comitê do Banco Central,
que será publicado na próxima
quinta-feira.
Microsoft, Boeing e Colgate-Palmolive divulgam os resultados
do primeiro trimestre nesta semana. Se os números vierem
ruins, haverá impacto negativo no
mercado, a exemplo do que ocorreu com a divulgação dos dados
da GM e da IBM.
Sinais de desaceleração da economia global e de pressões inflacionárias nos Estados Unidos devem continuar a monopolizar investidores, dizem analistas.
As pressões sobre o CPI, que
mede a inflação norte-americana,
levaram as taxas de juros reais ao
campo negativo, o que preocupa
analistas. O núcleo do índice de
preços ao consumidor dos EUA
surpreendeu com alta de 0,4% em
março, bem acima da elevação esperada, em linha com a dos últimos meses, de 0,2%.
O resultado, segundo o Departamento de Pesquisas e Estudos
Econômicos do Bradesco, não altera a projeção de continuidade
de alta de juros nos Estados Unidos ao ritmo de 0,25 ponto percentual, a cada reunião do Fed
(Federal Reserve, o banco central
norte-americano).
Mas para alguns analistas, como
Walter Mundell, da WMundell
Consultores, "o processo de ajuste já começou". Na opinião de
Luiz Antonio Vaz das Neves, diretor da corretora Planner, "toda essa volatilidade recente é resultado
de expectativa negativa do exterior, de desaquecimento maior da
economia do que se esperava".
Bolsas
Para Mundell, que também é vice-presidente de investimentos
da Sul América, o aperto monetário progressivo, ainda que numa
aterrissagem suave, "não recomenda a manutenção de ações
em países emergentes".
Indicadores de atividade a serem divulgados nos EUA podem
apontar alta em março, mas os de
confiança, segundo analistas, devem seguir menos positivos. As
Bolsas norte-americanas podem
reagir com a esperada divulgação
de resultados positivos das empresas.
O Ibovespa (Índice da Bolsa de
Valores do Estado de São Paulo)
tem operado muito colado ao desempenho do mercado acionário
nos Estados Unidos.
"O mercado tem perspectivas
de lucros das empresas e pode
deixar de lado a macroeconomia
e focar na micro, que tem tido
aqui e lá [ nos EUA] resultados
muito bons", diz Vaz das Neves.
Ata do Copom
Para alguns analistas, a ata da
reunião do Copom da semana
passada deverá preparar o mercado para o fim do ciclo de alta de
juros, que deverá ocorrer já no
próximo mês.
Para outros, a ata não deve vir
tão clara com relação ao encerramento do aperto monetário, para
o caso de o BC se deparar com um
cenário menos favorável em
maio. Além disso, um sinal de estabilização da taxa básica poderia
provocar queda de juros de longo
prazo, segundo economistas.
Para a maior parte dos analistas,
a ata perdeu em importância em
relação ao cenário externo.
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