São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 2005

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MERCADO FINANCEIRO

Para analistas, investidores estarão atentos aos balanços divulgados pelas empresas norte-americanas

EUA e ata do Copom dominam a semana

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em plena semana de divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), os mercados devem operar muito atentos ao cenário externo, segundo analistas.
Depois de dias de muita volatilidade, indicadores e balanços de empresas a serem divulgados nos Estados Unidos devem chamar mais atenção do que o documento do comitê do Banco Central, que será publicado na próxima quinta-feira.
Microsoft, Boeing e Colgate-Palmolive divulgam os resultados do primeiro trimestre nesta semana. Se os números vierem ruins, haverá impacto negativo no mercado, a exemplo do que ocorreu com a divulgação dos dados da GM e da IBM.
Sinais de desaceleração da economia global e de pressões inflacionárias nos Estados Unidos devem continuar a monopolizar investidores, dizem analistas.
As pressões sobre o CPI, que mede a inflação norte-americana, levaram as taxas de juros reais ao campo negativo, o que preocupa analistas. O núcleo do índice de preços ao consumidor dos EUA surpreendeu com alta de 0,4% em março, bem acima da elevação esperada, em linha com a dos últimos meses, de 0,2%.
O resultado, segundo o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, não altera a projeção de continuidade de alta de juros nos Estados Unidos ao ritmo de 0,25 ponto percentual, a cada reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano).
Mas para alguns analistas, como Walter Mundell, da WMundell Consultores, "o processo de ajuste já começou". Na opinião de Luiz Antonio Vaz das Neves, diretor da corretora Planner, "toda essa volatilidade recente é resultado de expectativa negativa do exterior, de desaquecimento maior da economia do que se esperava".

Bolsas
Para Mundell, que também é vice-presidente de investimentos da Sul América, o aperto monetário progressivo, ainda que numa aterrissagem suave, "não recomenda a manutenção de ações em países emergentes".
Indicadores de atividade a serem divulgados nos EUA podem apontar alta em março, mas os de confiança, segundo analistas, devem seguir menos positivos. As Bolsas norte-americanas podem reagir com a esperada divulgação de resultados positivos das empresas.
O Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores do Estado de São Paulo) tem operado muito colado ao desempenho do mercado acionário nos Estados Unidos.
"O mercado tem perspectivas de lucros das empresas e pode deixar de lado a macroeconomia e focar na micro, que tem tido aqui e lá [ nos EUA] resultados muito bons", diz Vaz das Neves.

Ata do Copom
Para alguns analistas, a ata da reunião do Copom da semana passada deverá preparar o mercado para o fim do ciclo de alta de juros, que deverá ocorrer já no próximo mês.
Para outros, a ata não deve vir tão clara com relação ao encerramento do aperto monetário, para o caso de o BC se deparar com um cenário menos favorável em maio. Além disso, um sinal de estabilização da taxa básica poderia provocar queda de juros de longo prazo, segundo economistas.
Para a maior parte dos analistas, a ata perdeu em importância em relação ao cenário externo.


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