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COMÉRCIO MUNDIAL
Mais um prazo para acordo, de 30 de abril, foi perdido
Lamy, da OMC, admite novo fracasso
CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA
Agora é oficial e definitivo: o diretor-geral da OMC (Organização
Mundial do Comércio), Pascal
Lamy, avisou ontem os chefes das
delegações dos países-membros
que não será possível cumprir o
prazo de 30 de abril para fechar
acordo sobre o que o jargão comercial chama de "modalidades",
seja em agricultura seja em bens
industriais. É o enésimo prazo
perdido da chamada Rodada Doha, lançada no Qatar em 2001 e
que deveria ter sido concluída no
fim do ano passado.
Modalidades, uma espécie de
pré-negociação, diz respeito a definições sobre fórmula de redução
tarifária; tratamento para os produtos sensíveis; funcionamento
das salvaguardas e produtos especiais para os países em desenvolvimento; definições claras sobre o
corte global no teto dos subsídios
domésticos distorcivos; fixação
de data para eliminação dos subsídios à exportação; práticas distorcivas usadas por empresas estatais de comércio; e o abuso dos
programas de ajuda alimentar.
O único ponto já acertado é a
data para eliminar subsídios à exportação (2013, com um primeiro
corte em 2010).
Em discurso aos delegados,
Lamy disse que era preciso "enfrentar os fatos como são: não estaremos em condições de estabelecer as modalidades em agricultura e bens não-agrícolas até o fim
de abril". Lamy fez um apelo:
"Não é o momento de culpas ou
recriminações, mas de determinação, de refocalizar nossos esforços e de trabalharmos juntos mais
produtivamente".
Entenda-se o apelo: o Brasil, o
G20 (o grupo de países em desenvolvimento liderado também pela
Índia) e os EUA culpam pelos sucessivos impasses a União Européia e sua resistência em melhorar a oferta de abertura da área
agrícola. A UE, por sua vez, culpa
o Brasil em especial por se negar a
apresentar ofertas realmente suculentas na área de bens industriais e de serviços.
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