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CRISE NO CAMPO
Ministro volta a cobrar medidas para o setor, que já recebeu ajuda do governo de R$ 16,8 bilhões neste mês
Rodrigues quer isenção para insumo agrícola
DE NOVA YORK
Após seguidas apresentações
sobre o rigor fiscal e corte de despesas do governo brasileiro ontem, em Nova York, foi a vez de o
ministro da Agricultura, Roberto
Rodrigues, pedir mais recursos e
ajuda -na forma de isenção tributária para insumos e equipamentos, além de facilidades para
seguros agrícolas- para contornar a "crise" que atinge o setor.
Em palestra, abordou a questão
com ironia. Ao pedir desculpas
pelo inglês quebrado, disse que
não teve tempo de aprender o
idioma porque estava com uma
crise, ligada a outros setores, sentada em seu colo. Neste mês, o governo já havia sido anunciado um
pacote de R$ 16,8 bilhões em auxílio para a Agricultura, que sofre
com a queda do câmbio, tornando as exportações brasileiras mais
caras. Mas Rodrigues quer mais
esforço para aliviar o agricultor.
Questionado se estava aborrecido com a situação de sua pasta,
disse: "A questão é que não consegui avançar na redução de problemas do setor. Quero criar políticas estruturais anticíclicas, como
seguro rural, redução de impostos para insumos. Mas, em razão
da crise, não é possível". Um dos
projetos que citou é o "Fundo Catástrofe", de resseguros para o setor, mas não deu mais detalhes.
Sobre o pleito de Rodrigues, o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que um grande esforço
já havia sido feito com o pacote
anunciado e disse que mais auxílio precisaria ser analisado. Ele reconheceu que o setor tem sofrido,
mas minutos antes estava detalhando a necessidade de cortar
gastos de forma "forçada".
Segundo Rodrigues, o governo
está ciente da gravidade da crise,
que afeta setor responsável por
um terço do PIB e responsável
por boa parte do superávit comercial. O país é o principal produtor de álcool, açúcar, café e suco de laranja. Segundo o ministro,
há potencial para aumentar em
50% a área de plantio em 15 anos.
"O governo percebeu que há
um potencial desequilíbrio econômico. Até maio esperamos dispor de medidas estruturais para
reduzir os custos da produção e
garantir os rendimentos", disse
Rodrigues, que falou em deixar
um "testamento" de políticas na
pasta. Segundo ele, a perda de lucro chegou a R$ 30 bilhões nos últimos dois anos por causa da queda do dólar e da seca.
(LS)
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