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MÚLTIS NO TRIBUNAL
Em audiência, empresa tenta reverter decisões antitruste do bloco europeu e cancelar multa de 497 milhões
UE não respeita propriedade, diz Microsoft
DA BLOOMBERG
A Microsoft, maior fabricante
mundial de software, iniciou ontem uma audiência judicial no
Tribunal Europeu de Primeira
Instância da União Européia que
será crucial para o desenvolvimento de produtos pela empresa.
A Microsoft disse a um painel
formado por 13 juízes que a decisão antitruste tomada pela UE deveria ser revertida, pois viola a legislação internacional ao obrigá-la a compartilhar informações
com concorrentes.
A Microsoft vai tentar reverter
uma decisão de 2004 e cancelar a
aplicação de uma multa no valor
de 497 milhões durante a audiência de cinco dias.
A empresa recebeu ordem de
remover o programa de reprodução de vídeo e música do Windows e de compartilhar informações com concorrentes.
"O impacto deste caso vai além
da Microsoft. A capacidade de
inovar é importante para qualquer empresa", disse Brad Smith,
principal advogado da empresa
americana. "Esperamos que essas
audiências contribuam para a resolução dessas questões."
A Microsoft afirma que a UE está rompendo seu compromisso
com as normas internacionais de
proteção à propriedade intelectual ao ordenar que a empresa licencie os chamados protocolos de
rede, que permitiriam a suas concorrentes fabricar produtos capazes de compartilhar arquivos e
impressoras com o sistema operacional Windows.
Monopólio de mercado
"Eles estão utilizando sua propriedade intelectual para impedir
que outras empresas gerem inovações", disse Carlo Piana, advogado da Free Software Foundation Europe, que representa desenvolvedores de programas como o Linux. "Eles querem obter
um monopólio legal a partir de
seu monopólio de mercado."
O tribunal ouvirá os testemunhos de especialistas das áreas
técnica e empresarial e de associações comerciais, além dos advogados da Microsoft e da Comissão
Européia, braço executivo da UE.
A audiência terá início com testemunhos sobre o Windows Media Player e seguirá com declarações sobre a decisão de compartilhamento de informações. O testemunho do último dia se concentrará na multa aplicada.
O tribunal é presidido pelo juiz
dinamarquês Bo Vesterdorf, que
em dezembro de 2004 rejeitou a
solicitação da Microsoft de suspender a decisão antitruste do
bloco europeu.
A Microsoft pode recorrer da
decisão -que deve sair no ano
que vem- no Tribunal de Justiça
Europeu, a corte mais alta da UE.
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