São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 2006

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Fundador da Enron depõe e nega fraude

DA REDAÇÃO

O fundador e ex-principal executivo da Enron, Kenneth Lay, depôs ontem em sua defesa no processo contra ele e o ex-presidente da empresa, Jeffrey Skilling, e declarou ser inocente das acusações de manipulação contábil e de ter fornecido informações incorretas a acionistas.
Lay afirmou que não houve fraudes nem conspiração na Enron e que ele não teria voltado a ser o principal executivo da empresa em agosto de 2001 se soubesse de fraudes.
A Enron pediu concordata em dezembro de 2001, acusada de manipular seus resultados. A empresa chegou a ser a sétima maior dos Estados Unidos e, após seu colapso, tornou-se símbolo de fraudes corporativas no país.
Após a quebra da Enron, houve mudanças na legislação contábil nos EUA, entre as quais a introdução da lei Sarbanes-Oxley, que afetou até empresas brasileiras com recibos de ações negociados em Bolsas norte-americanas.
"Não acho que havia uma conspiração. Deixem-me ser totalmente claro: a última coisa que eu faria é voltar como executivo da empresa e encontrar uma conspiração", afirmou Lay em seu depoimento.
O ex-dirigente da Enron disse que o colapso da empresa foi causado por uma coincidência de fatores negativos, entre os quais o desvio de dinheiro pelo diretor financeiro da empresa, Andrew Fastow, apostas de investidores contra a empresa, artigos desfavoráveis à Enron pelo jornal americano "Wall Street Journal" e ansiedade dos acionistas após os ataques do 11 de Setembro.
Lay também disse que seu maior erro na Enron havia sido contratar Fastow, que já se declarou culpado de desviar dezenas de milhões da empresa.

Responsabilidade
Ele também aceitou "total responsabilidade" por tudo o que aconteceu na empresa e disse que a perda de empregos e de dinheiro dos acionistas lhe causava muito sofrimento.
"Tenho certeza de que absolutamente nada em minha vida, incluindo a perda de várias pessoas queridas, chega perto do mesmo nível de dor e do sofrimento contínuo [que isso me causa]", disse o fundador da Enron.


Com agências internacionais


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