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POLÍTICA MONETÁRIA
Custo do dinheiro encosta no nível pré-crise asiática
BC reduz taxa de juro anual para 21%
da Sucursal de Brasília
O Banco Central promoveu ontem uma pequena redução nas taxas básicas de juros, aproximando-as dos níveis anteriores a crise
asiática. A TBC (Taxa Básica do
BC) foi reduzida de 21,75% para
21% anuais, e a Tban (Taxa de Assistência do BC) caiu de 29,75%
para 28% ao ano.
Antes da crise a TBC estava em
20,70% anuais. Ela foi elevada para 43,41% no final de outubro último para evitar a fuga de recursos
estrangeiros do país. Será a sétima
queda dos juros desde dezembro
do ano passado. A queda deve
continuar em julho, mas num percentual menor.
A queda ficou dentro das expectativas de mercado. As novas taxas
passam a vigorar a partir de hoje e
valem, pelo menos, até 29 de julho, quando ocorre a próxima
reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), órgão que reúne
o presidente, diretores e chefes de
departamento do BC.
Embora os juros básicos tenham
sido reduzidos, a medida não irá
diminuir os juros cobrados pelos
bancos e financeiras nas operações de crédito direto ao consumidor porque a inadimplência ainda
continua elevada. Sua queda, porém, mostra ao mercado em que
direção o governo está caminhando.
A inadimplência no comércio
paulista, em maio, tirando os efeitos sazonais, ficou em 9,84%, segundo o analista de risco de mercado do Banco Pontual, Manlio
Arena. Em janeiro, esse índice era
de 10,6%.
Dois motivos básicos contribuíram para a queda dos juros básicos. Primeiro, a manutenção das
reservas internacionais brasileiras
acima de US$ 70 bilhões. O outro
motivo é o alto custo dos juros elevados sobre a dívida mobiliária
(em títulos públicos) do governo
federal.
A Folha apurou que o governo
considera haver espaço para novas
reduções dos juros básicos, mesmo que isso reduza o ganho do investidor estrangeiro que aplica dinheiro no Brasil. Na avaliação do
governo, a principal preocupação
desses investidores é o potencial
do mercado brasileiro.
Isto é, os estrangeiros que fazem
investimentos diretos no Brasil
consideram mais importante o lucro que poderá ser obtido no longo prazo. Com base nesse argumento, o governo avalia que há espaço para reduzir os juros sem alterar a política cambial ou reduzir
a tributação sobre renda fixa.
O diretor de Assuntos Internacionais do BC, Demósthenes Madureira de Pinho Neto, acredita
que as reservas internacionais vão
fechar o ano entre US$ 66 bilhões e
US$ 70 bilhões, na pior das hipóteses.
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