São Paulo, quinta, 25 de junho de 1998

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Seade e Dieese apuram taxa de 18,9% em maio na Grande São Paulo, a mesma de abril; entidades agora esperam recuo, mas modesto
Desemprego de SP se mantém em quase 19%

RICARDO GRINBAUM
da Reportagem Local

A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo ficou em 18,9% do total da População Economicamente Ativa (PEA), em maio. Esse resultado é igual ao registrado em abril e mostra que o desemprego estabilizou-se em um patamar alto, acima da média da década de 90.
"Continuamos convivendo com um nível recorde de desemprego", diz Pedro Paulo Martoni Branco, diretor-executivo da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). A Seade é a responsável pela pesquisa mensal de Emprego e Desemprego junto com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
O levantamento de maio revela que 1,654 milhão de pessoas estão desempregadas na região metropolitana de São Paulo. São seis mil pessoas a mais procurando emprego em maio do que em abril. A diferença é considerada mínima em termos estatísticos.
O levantamento indica tendência de queda na taxa. Desde o início da década, maio é um mês de alta de desemprego, com exceção dos anos de 1993 e 1995. Como a taxa de maio de 98 ficou estável, os técnicos acreditam que não há motivos para voltar a crescer.
"É uma tendência sazonal. No segundo semestre, a taxa cai porque o comércio e as indústrias fazem encomendas e contratam pessoal em preparação para o aumento de consumo do fim do ano", diz Branco.
O problema é que a redução no índice de desemprego deve ser modesta. Mesmo com a redução dos juros que vem ocorrendo, a economia não deve voltar a crescer em ritmo acelerado.
"Se não ocorrer nenhuma surpresa, o desemprego deve cair até o fim do ano, mas dificilmente a taxa vai passar dos atuais 18,9% para um índice menor do que 15%", diz Sérgio Mendonça, diretor-técnico do Dieese.
O maior problema é gerar novas vagas. Em maio, São Paulo criou 21 mil postos, insuficientes para atender às 27 mil pessoas que entraram no mercado de trabalho.



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