ADRIANA SOUZA SILVA
free-lance para a Folha


Considerada uma das áreas menos atingidas pela crise que abalou o setor têxtil, a linha de produtos infantis é o novo alvo de investimentos dos participantes da Fenit (Feira Internacional da Indústria Têxtil) e Fenatec (Feira Internacional da Tecelagem), que acontecem no Anhembi.
Para o diretor comercial da Marisol, Robson Amorim, isso se justifica pelo alto potencial de consumo nesse público.
"Além de ser prioridade nas compras da família, a criança cresce rápido, exigindo novas peças."
Com um faturamento de US$ 135 milhões em 97, as cinco unidades fabris da Marisol produzem cerca de 22 milhões de peças de roupas por ano -60% voltadas ao segmento infantil.
"Neste ano, o faturamento deve chegar aos US$ 160 milhões", diz.
Segundo o diretor, 40% desse aumento (US$ 10 milhões) virá com os lançamentos da marca no próximo semestre.
A idéia é apostar na diversificação de produtos para crianças, que incluem mochilas, bonés, tênis e uma linha de perfumaria.
Amorim está otimista quanto aos resultados da marca em 98, sobretudo com a inauguração da nova fábrica da Marisol no Ceará, prevista para dezembro.
Nos dois últimos anos, apesar da queda de 36,8% no lucro líquido da empresa, o volume de vendas cresceu 16,54% no mercado. "Devemos grande parte desse crescimento ao setor infantil."
Na Hering, a gigante na área de confecção do país, cerca de 30% do faturamento vem de produtos para crianças, diz a gerente da linha infantil, Mônica Pegoretti.
"A participação desse setor nos lucros da empresa tem crescido de 10% a 15%, desde 96", afirma.
Das sete marcas do grupo no mercado, duas estão direcionadas às crianças. O faturamento da Hering em 97 foi de R$ 347 milhões.